terça-feira, 24 de novembro de 2009

A verdadeira face oculta

Segundo a UMAR (União das Mulheres Alternativa e Resposta) 26 mulheres foram assassinadas pelos companheiros (maridos, namorados e amantes) desde o início do ano.

Arrepiante!

A estes números teremos de somar as mulheres agredidas que recorreram ou não a tratamento hospitalar, as agredidas psicologicamente e as agredidas sexualmente pelos companheiros. Se também somarmos os homens vítimas dos mesmos abusos pelas companheiras ou por familiares delas, facilmente concluímos que o país de brandos costumes é um país de uma violência extrema.

Notemos que este problema é horizontal e atravessa toda a sociedade, da direita à esquerda, dos muito pobres aos muito ricos, dos agnósticos aos religiosos, dos jovens aos velhos.

Este é um dos grandes problemas da sociedade portuguesa do século XXI, que em nada se distingue dos países do (chamado) terceiro mundo, que não se resolve com o rendimento social de inserção ou com uma ou duas doses Tamiflu.

Este é um problema estruturante que tem a ver com princípios, formação, educação sexual e vida em sociedade.

Este é um problema que se resolve com a interiorização da noção de Igualdade e de respeito pelo Outro.

Este devia ser o grande problema do país, mas não vejo qualquer partido político, organização religiosa ou associação (dita) cívica a colocá-lo como determinante nos seus objectivos.

Tenho vergonha deste país e desta sociedade que mata, que amesquinha, que destrói só porque não consegue o que quer.

Seremos mais Homens no dia que em que for notícia “um ano sem vítimas de violência doméstica”, aí teremos condições para nos preocuparmos com a Gripe A, a sucata do Godinho, as conversas do Vara e outros que tais.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Que face oculta?

A propósito do meu último “post” desafiou-me o Manuel Henriques a pronunciar-me sobre o escândalo.

Supondo que se referia ao chamado “face oculta”, é impossível considerar um escândalo pois eu vejo, no mínimo, dois e assim sendo qualquer comentário que eu faça tem que se referir a:

- Corrupção, nomeações para cargos públicos e postura dos nomeados;

- Direito ao bom nome, e reserva sobre a vida privada especialmente tratando-se de personalidades que desempenham os 3 mais altos cargos públicos;

- Segredo de justiça, sua ausência e abusos de jornalismo e de fontes não identificadas para a produção de “notícias”.

Comecemos pelo princípio:

A corrupção é por definição a compra de uma posição de poder. Apesar de em muitas sociedades se fazer crer que esta acção é aceitável (como por exemplo nos EUA), os princípios que norteiam a sociedade democrática e o estado de direito não são consentâneos com este tipo de procedimentos.

Em Portugal a corrupção, grande ou pequena, existe em todos os campos e desde sempre. Corrompe-se para tirar a carta de condução, para arranjar emprego, para não pagar uma multa, para conseguir um licenciamento e, também, para ter acesso privilegiado a negócios ou mesmo para enriquecer.

O curioso é que o pequeno corrupto é um feroz crítico do grande corrupto assim como o corrompido coloca (ou tenta colocar) o ónus no corruptor que, por sua vez faz o mesmo em relação àquele. Vemos facilmente o cisco nos olhos dos mas não vemos as trancas nos nossos olhos.

Além do problema de princípio e de podridão da nossa sociedade, este estado de coisas leva à sensação de total impunidade dos actores da corrupção e leva esses mesmos actores a traficarem influencias em todos e quaisquer negócios seja eles públicos ou privados.

No caso concreto, “face oculta” (infelizmente ligado às minhas duas terras Canas de Senhorim e Ovar, pela localização geográfica da O2) o caso é muito mais grave porque envolve o “roubo” descarado de bens de empresas (públicas e privadas) com a suposta conivência de pessoas que foram titulares de altos cargos políticos e de gestores que foram nomeados pelo estado.

Passemos para a questão do bom nome e da reserva da vida privada.

Temos a tendência para a telenovelização da vida política e social e com isso (por isso) tornamos em facto qualquer suspeita, mais ou menos fundamentada, sobre qualquer figura pública esquecendo o direito ao bom nome e à presunção de inocência. José Sócrates tem sido um alvo sistemático muito pelas invejas de uma sociedade que não lhe perdoa ter tirado um curso numa Universidade de pouco prestígio e, alegadamente, com diversas facilidades. Interessando pouco se estuda dossiers, se é competente, se é trabalhador. O que é realmente importante é que não pertence à nomenclatura e que por isso podemos atacá-lo.

Outro ponto extremamente importante refere-se à reserva da vida privada. Um presidente, um ministro, um juiz e todos nós, temos direito a ter os nossos amigos e a falar com eles, não sendo lícito utilizar a vida privada para condicionar a função pública. Este tipo de actuação caracterizou o estado novo e a PIDE durante muitos anos mas, os que hoje escrevem não sabem nem querem saber.

Explicando, qualquer dos titulares de cargos públicos que referi pode discutir e emitir opinião (qualquer que ela seja) numa roda de amigos sobre temas publicitados na comunicação social, não podendo isso ser confundido com conhecimentos formais e oficiais que tenham sido adquiridos no exercício das funções públicas que desempenham, logo essas opiniões não podem nem devem ser alvo de escutas ou ser utilizadas para atacar/justificar acções enquanto titulares dos referidos cargos.

Finalmente o segredo de justiça e seu tratamento por juízes, ministério público, advogados e, muito especialmente, jornalistas.

Como dizia hoje o antigo presidente, Mário Soares, o que me preocupa é face oculta da justiça. Como se vê, a lei para nada serve pois se não nos convém que seja o presidente do supremo ou o procurador geral a decidir, rebatemos as suas decisões com posições de pretensos juristas, ou com as decisões de procuradores regionais, ou juízes de tribunais de círculo. Transpondo para uma fábrica, quando não nos agrada a decisão do director, do engenheiro, do técnico ou do patrão vamos pedir a opinião do operário menos qualificado e com isso tentamos justificarmo-nos. Já passei por isso e já tive que lidar com este tipo de caciques em tudo iguais aos jornalistas da nossa praça (e de outras).

Não foi para isto que se fez Abril!

Enquanto não tivermos uma “classe de jornalistas com classe” enterraremos a nossa democracia um bocadinho todos os dias.

Para terminar, se eu fosse Sócrates exigia do Supremo e da Procuradoria a divulgação de todas as escutas e a seguir batia com a porta.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O nosso portugal!

Sou leitor atento dos jornais e acompanho com relativa proximidade a vida do país, no que nos é relatado pela comunicação social.

O caso face oculta, põe a nu o que é Portugal (um país de corruptos), leva a que muitos se confundam e tentem confundir a opinião pública, mas também traz à luz do dia a ignorância e impunidade com que se dão “notícias” e se acusam pessoas.

A espiral de desinformação é tal que é rara a notícia em que se pode acreditar, chegando-se ao ponto de um suposto jurista (não sabemos se é licenciado em direito, advogado, juiz, funcionário judicial…) travestido em jornalista fundamentar as suas opiniões em citações de periódicos que não fizeram o seu o nome e o seu mercado com base no rigor e na seriedade, refiro-me a Pedro Lomba e ao Correio da Manhã.

Corre por aí que o Sr. Manuel Godinho vai pagar pelo que fez e pelo que não fez, dando a entender que o Senhor nada fez de errado e que os grandes culpados são os que foram corrompidos. Ora eu continuo a acreditar na justiça, acredito que quem corrompe é criminoso e sei que há muitos anos que se contava à boca pequena o modo de operar desta organização. Quero com isto dizer que o caso não é de agora, nem os actuais governantes (administradores de empresas) são mais corruptos que os anteriores.

Cavaco não é diferente de Sócrates.

Arrepia-me ver vezes sem conta a entrada do Sr. Manuel Godinho no DIAP de Aveiro e o empurrão perfeitamente gratuito do Sr. da judiciária que mais não revela que a boçalidade daqueles que estão danados com o corruptor por não terem sido corrompidos. É muito fácil ser forte com os fracos e fraco com os fortes. Eu prefiro ser intransigente com os fortes e solidário com os fracos e sei (sofro-o na pele) que não serei rico nem subirei com facilidade mas tenho a cara lavada, a consciência tranquila e durmo bem todas as noites.

Recordo a este propósito a saída do Engº João Cebola da prisão em 95 ou 96. À sua espera estavam apenas (além dos familiares próximos) o “chauffeur”, a secretária e um dos seus colegas administradores. Todos os outros que tinham comido e enriquecido à sua mesa tinham desaparecido…

Recordo também, na minha passagem pela Oliva, após a saída do administrador único de que eu tinha discordado em muitas coisas, a necessidade que tive de proibir qualquer referência menos cordata que lhe fosse dirigida. Só pode atacar quem o faz de peito aberto e mostrando a cara…

Recordo ainda a minha saída da Maluesp (um filho que criei e fiz crescer) onde as posturas menos correctas e a falta de lealdade me fizeram abdicar de um bom salário e do muito que investi porque é mais importante ter a cara lavada do que ser “rico”.

Sócrates reconhece que falou e que vai continuar a falar com Vara, pelo simples facto de que são amigos. É isto que eu espero dos meus amigos que estejam comigo nos maus momentos porque nos bons e nos copos estarão de certeza.

Para aqueles que gozam com a licenciatura de Sócrates (e de outros) lembro-lhes que a Independente foi licenciada por um governo que era de outra cor e que certamente não terá (ia) menos qualidade que as Faculdades que nasceram como cogumelos nos idos de 80, em Viseu, em Famalicão, na Guarda e noutros recantos…

Sejamos sérios e exijamos aos outros somente aquilo que exigimos a nós próprios.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Têm a mente toldada!

Contam-me os meus amigos que os meus ex-companheiros da Oliva estão chateados comigo. Não o estão por ter lhes ter feito uma sacanice, por ter prejudicado a “nossa empresa”, por lhes ter roubado clientes ou ter tomado alguma posição menos ética.

Não.

Estão chateados por eu ter uma posição clara sobre a Oliva e por, pasme-se, ter a ousadia de a publicar.

Estes meus ex-companheiros, alguns dos quais considerava amigos, aceitam o que eu penso, sabem que tenho razão mas acham que não deve exprimir uma posição pública.

Enganam-se e enganam-se por várias razões que passo a enumerar:

- Sou um espírito livre, penso pela minha cabeça e a minha postura a nível profissional (como na vida) é séria, inatacável e rege-se por princípios, claro que os que estão chateados não podem dizer o mesmo e têm mais rabos-de-palha do que anos de trabalho na Oliva;

- O meu conhecimento de fundição, a estatura de técnico excelente, reconhecido no país e no estrangeiro, permite-me fazer uma análise séria sobre o passado, o presente e o futuro da Oliva, claro que os meus ex-colegas que se arrastam na Oliva não podem dizer o mesmo e não conhecem mundo;

- Eu e as empresas para as quais trabalho (e assim foi com a Oliva) temos uma postura inatacável no mercado baseada na verdade e no respeito pelos concorrentes. Infelizmente a Oliva de hoje mente sobre a concorrência e tenta denegri-la com informações falsas.
Deus – se existir – se encarregará de lho devolver em dobro;

- Sofri na pele (e no bolso) a incompetência da Oliva e dos seus credores, os meus ex-companheiros nunca foram prejudicados pelas situações adversas que a Oliva atravessou e talvez por isso se julguem muito bons. Um dia perceberão que o mundo gira mas, aí estarão irremediavelmente mortos…

Em prol da Fundição em geral e da Fundição Portuguesa em particular digo, e repito, que a Oliva deve encerrar não daqui a seis meses ou um ano mas amanhã.

Abraço amigo a todos os meus ex-companheiros.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Oliva, outra vez!

Transcrevo, aqui, as notícias publicadas nos dois semanários de S. João da Madeira sobre a Oliva e os processo (insolvência e lay-off) que a empresa tem em curso.

Claro que não me limito a transcrevê-los pois, como antigo trabalhador, não posso ficar indiferente à agonia desta que foi uma grande empresa e o ex-libris de S. João da Madeira. Os dois processos têm sido (mal) tratados por uma administração que demonstra uma ignorância gritante no que se refere ao tema fundição (quanto ao tema económico-financeiro, o próprio processo de insolvência e a dívida acumulada em 4 anos falam por si).

A aplicação do processo de lay-off, com um regime de 5 dias de trabalho durante cada mês revela o desconhecimento profundo, não só do negócio em si, como dos equipamentos que possuem e das condições particulares da empresa além de demonstrar um profundo desprezo e desrespeito pelos funcionários.

Manter trabalhadores reformados trabalhar demonstra a incapacidade de uma empresa se renovar e demonstra também que esses trabalhadores consideram que o know-how que adquiriram ao serviço da empresa é um activo seu e não da empresa mas, manter reformados a trabalhar numa empresa que está em regime de lay-off e a braços com um processo de insolvência demonstra profunda ignorância, falta de visão de futuro e um achincalhamento a todos os outros trabalhadores.

Um processo de lay-off que não abrange os quadros médios e superiores é um embuste e mais uma vez, o desrespeito pelos restantes trabalhadores especialmente pelos que auferem menores salários.

Obviamente que todos teriam a ganhar com o fecho da Oliva (perdoem-me os trabalhadores) mas a Oliva não tem condições para estar no mercado, pelos pontos que a seguir exponho:

- Tem um nível de produtividade que é 10% do ideal e cerca de 20% de uma qualquer empresa do sector;

- Em 15 anos apresenta o 3º processo de insolvência, ou seja, tem vivido à custa dos fornecedores e do estado;

- Há muito que perdeu a certificação do sistema de gestão da qualidade;

- A capacidade técnica que foi durante tantos anos apanágio da Oliva desapareceu;

- Os equipamentos existentes estão em fim de vida;

- A estrutura dos serviços de apoio à actividade industrial (armazéns, recursos humanos, compras, vendas, financeiro, etc…) é dos anos 60 e baseia-se no compadrio e na incompetência.

Por tudo isto, e por muito mais, espero que 2ª feira, administrador de insolvência, juiz e credores digam não à continuidade da moribunda Oliva.

De “O Regional”

Oliva 1925 quer avançar com mais seis meses de suspensão temporária de trabalho (lay-off). A decisão será tomada esta tarde, no plenário para o qual foram convocados funcionários da empresa, e, se a proposta for aprovada, o lay-off entrará em vigor a 2 de Novembro.

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A administração da empresa metalúrgica Oliva 1925 em S. João da Madeira deu a conhecer, na passada sexta-feira, dia 16, aos 184 trabalhadores a decisão de aplicar mais meio ano de lay-off, precisamente na altura em que termina a primeira suspensão temporária de trabalho.
David Soares, membro da comissão de trabalhadores daquela empresa, confrontado com o inesperado da notícia, apesar de não ser dos trabalhadores mais antigos, reconhece à nossa reportagem que o ambiente continua a ser de “profunda desilusão e de profundo desgosto pelo arrastar da situação”. Diz que a Oliva está em processo de insolvência desde o início de Setembro e que, estando uma assembleia de credores agendada para o dia 26, “serão eles a ter a última palavra”. Este membro da comissão de trabalhadores diz que “isto já é um bocado cansativo e estamos todos muito cansados desta situação”. Salientou que, por parte da administração, já “existem metas definidas e era melhor colocar os trabalhadores informados, para não andarmos sob esta pressão”. Diz não ter dúvida de que “contávamos com uma situação final um bocado mais penosa” e, por isso, reforça que “a administração já deve ter ideias definidas e estão a protelar”. David Soares referiu também que “há contratempos a nível de licenças ambientais” e, “portanto, não acredito muito na viabilização da empresa”.
Adelino Nunes, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas dos distritos de Aveiro, Viseu, Guarda e Coimbra, confirmou que a Câmara não renovou as licenças ambientais “para a Oliva produzir”. O sindicalista, em declarações à Agência Lusa, afirmou não acreditar que o presidente da Câmara “assuma a responsabilidade do encerramento da Oliva e do desemprego de quase 200 trabalhadores, só por falta de uma licença ambiental”, frisa o dirigente do sindicato.
Adelino Nunes entende, por sua vez, que, apesar disso, a metalúrgica “tem que alterar os seus procedimentos ambientais” e que o plano de viabilização a implementar na empresa deve reflectir essa postura.
Referindo-se tanto à administração da Oliva 1925 - Soluções de Fundição SA, como ao gestor judicial nomeado para acompanhar a respectiva insolvência, o dirigente sindical declara: “Têm-nos dito que a intenção é recuperar a empresa e, a ser assim, esta questão ambiental é importante”.
Relativamente ao papel que os credores da metalúrgica podem ter nesse processo, Adelino Nunes acrescenta ainda à agência de informação lusa que esses “têm mais a ganhar em apoiar a viabilização da Oliva do que em decidirem--se pela sua dissolução”. Pois “estes trabalhadores têm muita antiguidade e o valor das indemnizações seria muito elevado”, explica. No caso do encerramento da empresa, “a quase totalidade do património da Oliva seria para pagar essas compensações”.
Recorde-se que a decisão de pedir a declaração de insolvência da empresa foi tomada a 13 de Agosto.
Segundo a comissão de trabalhadores, esta proposta prevê ainda que o capital social da empresa (50 mil euros) seja reduzido, para cobrir prejuízos. Recorde-se também que o segundo maior credor da empresa é uma firma de comércio e indústria química, de Valongo, seguindo-se o Instituto de Segurança Social, onde a empresa sanjoanense deve cerca de meio milhão de euros. A relação dos cinco maiores credores termina com uma empresa de recolha e reciclagem de resíduos e uma sucateira.
Na lista de credores constam ainda 193 trabalhadores, aos quais a Oliva deve mais de 200 mil euros em salários. As dívidas à maior parte dos trabalhadores não chegam aos mil euros, cada. Contudo, há um conjunto de 21 funcionários a quem a empresa deve entre dois e sete mil euros, cada. Entre estes, destaca-se o administrador único da empresa, Alexandre Bastos, a quem a Oliva deve quatro mil euros em salários.
A nossa reportagem tentou contactar os administradores da Oliva 1925 - Soluções de Fundição S.A., mas o mesmo não foi possível, já que nenhum administrador se encontrava disponível para esclarecer a situação.

Do “Labor”

Oliva quer mais seis meses de lay-off

Oliva propõe aos trabalhadores mais seis meses de lay-off. Operários decidem hoje se aceitam. Dívidas aos trabalhadores podem ditar a viabilidade da empresa que precisa continuar a laborar para pagar a todos os credores

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O Oliva pretende prolongar o regime de redução temporária do período normal de trabalho (lay-off) por mais seis meses, conforme o labor apurou junto de um trabalhador e do sindicato dos metalúrgicos. A empresa está em lay-off desde Maio. Este período deveria terminar no final de Outubro, altura em que se realiza a primeira assembleia de credores da fábrica, declarada insolvente em Agosto.

Ao que o labor apurou junto de um trabalhador, a Oliva terá proposto, na passada sexta-feira, aos 184 funcionários prolongar o período de lay-off por mais seis meses. A decisão dos trabalhadores deve ser tomada esta quinta-feira, em plenário para o qual foram convocados pela empresa. De acordo com a Agência Lusa, acaso os trabalhadores acedam à proposta da empresa, o segundo período de lay-off deve começar a 2 de Novembro.

À rádio TSF, um membro da Comissão de Trabalhadores (CT), José Marques, alertou que os funcionários já tiveram um “grande prejuízo ao nível de salários”. De momento, José Marques disse não saber “se os trabalhadores estão na disposição de continuar com o prejuízo”. Ao labor, o dirigente sindical que acompanha o caso, Adelino Nunes, disse que este segundo período de lay-off, a realizar-se não influencia o processo de insolvência da empresa. Adelino Nunes ressalvou, no entanto, que caberá aos credores, que reúnem em assembleia, pela primeira vez, dia 26, decidir se têm mais a ganhar ou a perder com a viabilização ou encerramento da fábrica. No parecer do sindicalista, os credores têm mais a ganhar com a viabilização da empresa em regime de lay-off. Adelino Nunes alertou para o facto de o montante da dívida aos trabalhadores ser de tal ordem que pode ser necessário todo o património da empresa para a sanar. Neste cenário, “a inviabilização da empresa pode significar que os credores não receberão nada dos créditos”, alerta. Adelino Nunes admite ainda que os credores não cheguem a uma conclusão na primeira assembleia que se realiza na próxima segunda-feira.

Prorrogar o lay-off

De acordo com o Código do Trabalho, o período inicial de redução temporária do período normal de trabalho, que pode ir de seis meses a um ano, dependendo do fundamento, pode ser prolongado, no máximo, por mais seis meses. Para tal o empregador deve comunicar por escrito a respectiva intenção e tempo previsto de prolongamento à estrutura representativa dos trabalhadores. O labor sabe que a empresa comunicou com os trabalhadores neste sentido na passada sexta-feira, 16. No caso da CT não se opor, por escrito, num prazo de cinco dias, o prolongamento pode acontecer. Ou seja, os trabalhadores têm até amanhã, 23, para elaborar um parecer acerca da proposta da Oliva.

O labor apurou, junto de um trabalhador da fundição, que os termos do prolongamento proposto pela empresa são os mesmos acordados em Maio. Ou seja, caso os trabalhadores aprovem, a empresa deve continuar a laborar cinco dias por mês com a maioria dos funcionários. Contudo, é de salientar que a empresa alterou os termos da redução temporária do período normal de trabalho em Junho e Julho. Nessa altura, alguns trabalhadores passaram a laborar 12 ou 13 dias por mês.

O labor contactou a empresa não tendo conseguido obter nenhuma declaração.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dia Mundial da Alimentação

Por indicação da FAO (organização das Nações Unidas para a alimentação) comemora-se hoje o dia mundial da alimentação.

A iniciativa é meritória e o trabalho que educadores e professores, fazem com os nossos filhos é reflexo de uma sociedade mais consciente para os problemas do Mundo, visto como um todo.
Infelizmente o motivo que leva a ONU a insistir na comemoração deste dia não é nada que nos faça sentir orgulhosos, pois esse motivo tem um só nome, mas milhões de caras: FOME!

O editorial do jornal Público de ontem, 15 de Outubro, era brutal - Há, hoje, no mundo 1.000 milhões de pessoas que passam fome, ou seja, cerca de 15% da população mundial.
O Mundo Português (deixem passar a reaccionarice) contribui com mais de 27 milhões de pessoas que passam fome (11 milhões no Brasil, cerca de 15 milhões em Angola e Moçambique) e certamente algumas estarão mesmo à nossa porta. Estimo que em Portugal haverá de 500.000 a 1 milhão de esfomeados.

As minhas perguntas (para reflexão) são:
- O que podemos fazer?
- Até quando vamos permitir esta situação?

- O que dirão a isto os que se abespinham contra os transgénicos?

- O que dirão a isto os agricultores que para forçarem um aumento de preço dos seus produtos despejam milhares de litros de leite ou queimam produções inteiras?

- O que dirão a isto as multinacionais alimentares que deixam estragar toneladas de comida todos os dias sem proveito para ninguém?

- Há séculos que sabemos que a população cresce exponencialmente e os alimentos aritmeticamente, no entanto continuamos a considerar que a “nossa população” deve crescer mais e que estamos em risco de extinção…

Também ontem, como que em contraponto, veio a lume a notícia de que as 23 maiores empresas de wall street pagarão como bónus aos seus dirigentes 90.000 milhões de euros, valor mais elevado de sempre (onde é que vai a crise?), estes não passarão fome…

Não quero ser moralista mas, envergonha-me pensar que alguns que gastam diariamente mais de € 150,00 em vinho se consideram pessoas solidárias…

Espero que num futuro não muito distante a ONU diga que já não faz sentido o dia Mundial da Alimentação.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

a minha análise

Após os dois actos eleitorais, olhei para os resultados, relembrei as duas noites passadas a ouvir os fazedores de opinião e dei comigo a pensar que nenhum deles, nem qualquer órgão de comunicação social (pelo menos os que frequento) tinham feito uma análise que me deixasse convencido.

Se assim é, qual a análise mais correcta ou aquela que convence?

Pensemos;

Após 4 anos de governação errática, muita teimosia, tomada de medidas duras para o povo e um esforço para endireitar muita coisa que estava mal, o governo de Sócrates parecia decisivamente derrotado e com ele o PS. Na lógica vigente, o grande rival ganharia sem fazer qualquer esforço, bastava que se apresentasse nas urnas a 27 de Setembro para comemorar uma estrondosa vitória. Essa vitória não seria mais que a continuação da festa do 7 de Junho.

Mas assim não foi e não só o PS ganhou as eleições, como o PSD ficou uma votação fraquíssima, a CDU ficou mais uma vez na mesma e os extremos cresceram como nunca tinha crescido.

Vai daí conclui-se que acabou o centrão e que CDS e BE passarão a ser fiéis de balanças ora à direita, ora à esquerda e que de agora para o futuro há que contar com eles.

Passados 15 dias quando de novo se vai às urnas e todos diziam(os) que seria a continuação do acto de 27 de Setembro, CDS e BE são pulverizados e enviados um para Ponte de Lima e outro para Salvaterra de Magos, desaparecendo do restante mapa de Portugal.

O PS obtém uma excelente vitória, cresce em votos, mandatos e presidências de câmaras e rouba câmaras importantes à esquerda e à direita. O PSD também ganha, pois apesar de menos votado continua a ter o maior número de câmaras. A CDU segura-se (já só pelas pontas dos dedos) mas perde cerca de 30000 votos o que é, francamente, um mau resultado.

Conclusão,

O que me parece é que parte dos descontentes com o PS e com governo de Sócrates (os de direita) não viram no PSD capacidade para liderar o País e por isso, não tendo coragem para votar de novo PS votaram CDS e a outra parte (os de esquerda e muitos professores) não votando PS, escolheram o BE que para muitos não é bem de esquerda pois tem o líder mais conservador com o discurso mais bafiento, tipo Portas (o Paulo claro).

Como nas autárquicas não havia qualquer constrangimento com o PS ou com Sócrates, o centrão voltou.

Se eu estiver correcto, os deputados do BE e do CDS que aproveitem bem pois o centrão não deixou (nem deixará) de existir e na próxima legislatura voltarão a desinchar.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vêmo-nos Gregos!

Após as legislativas de 27 de Setembro e dada a grave situação económica, social e política do país, seria normal (digo eu) que se arrepiasse caminho para a formação e posse do novo governo.

Em vez disso assistimos (por esta ordem) a uma patética comunicação ao país do Sr. Silva que nada tinha para dizer mas que gosta que fale dele (mal ou bem não interessa, desde que se fale) a uma primeira ronda de encontros com os líderes dos partidos que elegeram deputados, julgando nós que teriam ido a Belém dar a sua opinião sobre as soluções governativas mas parece que não, pois o dito Sr. voltou a convocá-los esta semana para se pronunciarem sobre esse tema.

Para já fica uma dúvida: Que foram lá fazer da 1ª vez?
Sou tentado a acreditar que o Sr. Silva os chamou para lhes explicar a dita comunicação delirante.

E assim lá se passaram 11 dias sobre as ditas eleições e, considerando que o Sr. Silva ainda irá ouvir o Sócrates e a Manela, que depois disso irá indigitar Sócrates como 1º ministro e que este posteriormente irá ouvir os outros partidos antes de formar governo, penso que lá para finais de Outubro teremos o novo governo em funções.

É a capacidade de realização nacional ao mais alto nível!
É o engenho português!
É o exemplo da mais alta produtividade!
É Portugal no seu melhor!

Só a título de exemplo, a Grécia teve eleições legislativas no passado domingo, 4 de Outubro e (pasme-se) o novo governo (ministros e secretários de estado) tomaram ontem posse, três dias após terem sido eleitos.

Mas isso são os gregos que não percebem nada de democracia nem têm problemas com escutas e emails.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A minha homenagem ao tio herói


No passado domingo a freguesia de Rebordões (Stº Tirso) descerrou um busto de homenagem ao herói nacional Joaquim Ferreira da Silva.

Como todos os verdadeiros heróis, foi humilde e nunca reconheceu nos seus actos a bravura dos seres únicos, talvez por isso o estado português o tenha esquecido durante tantos anos. Mesmo o ministro das medalhas (Paulo Portas) que quis dar medalhas a todos os que passaram pela guerra de África, esqueceu este homem único e quando interpelado, por escrito, recusou-se a responder mostrando a sua ignorância.

Certo é que graças à determinação de alguns militares que com ele viveram o pesadelo na Índia, fruto do abandono a que o estado novo os votou, Severiano Teixeira acabou por lhe fazer a justa homenagem no último 10 de Maio, na Póvoa de Varzim, a sua última morada terrena.
Este domingo foi a vez da freguesia que o viu nascer, pela mão do Sr Presidente da junta, um amigo de sua mãe e minha avó.

Transcrevo a baixo o texto que a junta de freguesia de Rebordões tem na sua "home page", sobre aquele que para mim será sempre e simplesmente o tio Joaquim.

No passado dia 10 de Maio teve lugar na cidade da Póvoa do Varzim, uma singela e justa homenagem a título póstumo ao Sr. Tenente Capelão Joaquim Ferreira da Silva.
Natural da Vila de Rebordões onde nasceu em 1916 foi filho primogénito de uma família que mais vocações deu à Igreja e à causa missionária, 1 bispo, 4 padres e 4 freiras, família esta que o então Papa Pio XII recebeu e abençoou em audiência reconhecendo assim esta importante dádiva à Igreja e a fé Cristã.
O Sr. Tenente Capelão ou se quisermos Sr. Padre Joaquim como carinhosamente era tratado foi destacado para a Índia, nas então colónias portuguesas de Goa, Damão e Dio, tendo sido feito prisioneiro de guerra juntamente com mil e setecentos militares ali deslocados, na sequência da invasão pelo Presidente da Índia Neru.
Colocados no campo de prisioneiros de Pondá, rodeados de arame farpado, viveram horas de angústia e incerteza, debaixo de um sol tórrido de mais de 40ºC, com a água e a alimentação racionalizadas, 3 prisioneiros desesperados tentaram a fuga, que foi imediatamente abortada.
Desta fuga resultaram os acontecimentos abaixo descritos.
Os sucessivos governos do após 25 de Abril, adiaram o reconhecimento da coragem deste grande português, mas em 2003 o Sr. Ministro da Defesa Engº Severiano Teixeira, depois de apreciar todo o processo resolveu atribuir a medalha militar de serviços distintos, grau de ouro, com palma.
E assim em de 10 de Maio último, com a presença da Sra. Secretária de Estado da Defesa, do Sr. Tenente General Cabral Costa, oficiais e dezenas de militares de todo o País prisioneiros de guerra da Índia, foi prestada homenagem, primeiro na Igreja do Sagrado Coração de Jesus (aonde ele esteve vários anos à frente daquela comunidade e onde acabaria por falecer) com a celebração de uma missa pelo seu irmão D. Luís, Bispo de Lichinga – Moçambique, e depois no cemitério da Póvoa do Varzim onde o Sr. Tenente General Cabral Costa, colega de presídio e capitão na altura dos acontecimentos, enalteceu os seus actos bem como as sua qualidades, homem despido de bens materiais mas de uma riqueza moral, humana e cristã imensa, foram colocadas coroas de flores no jazigo, nomeadamente do Estado Português, Associação de Prisioneiros de Guerra, Comunidade local e da Junta de Freguesia de Rebordões que assim se associou a esta, algo tardia mas muito justa homenagem.
Aqui fica a transcrição do sucedido:

“Os acontecimentos reportam-se a 1962 e ao campo de concentração de Pondá, onde estiveram presos durante largos meses cerca de 1750 militares e civis, na sequência da invasão de Goa, Damão e Diu pela União Indiana. O episódio em causa foi presenciado pela quase totalidade dos prisioneiros e viria a ser relatado por um dos oficiais que ali esteve detido. Foi no livro ‘A Queda da Índia Portuguesa. Crónica da Invasão e do Cativeiro’ (Estampa), que o coronel Carlos Alexandre de Morais descreveu o sucedido no dia 19 de Março de 1962, e que poderia ter redundado num massacre.Tudo começou com uma tentativa de fuga por parte de três prisioneiros, que procuraram evadir-se no meio do lixo transportado pela camioneta que todos os dias fazia a limpeza do campo. Quando a viatura se preparava para transpor a porta de armas, um furriel - que Carlos de Morais não nomeia -, denunciou a tentativa de fuga ao comando indiano. Dois dos três fugitivos foram imediatamente detidos, mas o terceiro escapuliu, misturando-se com “a multidão de prisioneiros que acorreu ao local”. Ao mesmo tempo, o delator, identificado pelos restantes prisioneiros, teve que ser retirado do campo pelos militares indianos, para evitar um provável linchamento. Um major indiano avisou então que, caso se repetisse uma tentativa de evasão, não hesitaria em fuzilar os seus autores - o que mereceu um protesto de um dos oficiais portugueses mais graduados, invocando a Convenção de Genebra.O caso parecia sanado, até à chegada do brigadeiro Sagat Singh, comandante-geral dos Campos de Prisioneiros de Goa. Mandou formar os prisioneiros, enquanto montava em seu redor todo um aparato bélico: metralhadoras, bazucas, morteiros. E, em frente da porta de armas, um ameaçador pelotão armado. Foi ainda a quente que o padre Ferreira da Silva descreveu os acontecimentos de que foi o principal protagonista, num artigo publicado na revista ‘Magnificat’, em 1962. Conta o jesuíta (à época, tenente capelão de Pondá) que o brigadeiro “mandou formar os soldados e perguntou se alguém queria castigar o delator. Ao contrário do que esperava, os rapazes responderam em coro: “Todos!” O homem ia indo aos arames. Mandou perguntar se tinham entendido bem. E a resposta foi igual: “Todos!” Manda então preparar o pelotão de fuzilamento e carregar as metralhadoras. Perante o risco iminente de uma carnificina, o ex-missionário saiu da formatura e dirigiu-se ao brigadeiro. “Pedi licença para falar e perguntei-lhe se, como capelão, desejava que dissesse alguma coisa aos homens. Mas a resposta foi seca: “Não! É demasiado tarde! É preciso dar uma lição a todos”. Insisti, pedindo que desse aos homens uma oportunidade. Negou novamente, perguntando se tínhamos sido alguma vez maltratados. Respondi que não, mas que já tínhamos sofrido bastante para merecermos que nos fosse dada uma oportunidade. Disse outro não muito seco e, voltando-se para trás, mandou avançar o pelotão de fuzilamento. Lancei então o último pedido desesperado, convencido da sua inutilidade: ‘Senhor, dê-nos uma oportunidade. É a primeira. Nunca teve razão séria de queixa. Por favor, dê-nos uma oportunidade’. ‘Está bem’ - respondeu - ‘mas diga-lhes que será a última’”. O brigadeiro indiano exigiu então um pedido de desculpas. O sacerdote dirigiu-se aos presos: “Rapazes, o sr. brigadeiro quer ouvir uma palavra de desculpa. Depois de a pedirem em coro, o brigadeiro deu-se por satisfeito. Agradeci, saudei e afastei-me. A tempestade terminara”.”
José Pedro Castanheira

terça-feira, 6 de outubro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Canas de senhorim em debate

Bela iniciativa do jornal “canas de Senhorim”.

Pena a ausência da Cristina Figueiredo, não justificada e incompreensível.
Que motivos poderão levar um candidato sério a estar ausente do único debate realizado entre todos as forças concorrentes a estas eleições?
A atitude da candidata mostra desrespeito pelos canenses e por canas.

O candidato da CDU, esteve presente, não se intimidou mas não levou a sério o debate e como tal, não se preparou. Teve uma intervenção que muitas vezes roçou a boçalidade.
Porquê a candidatura?

Os candidatos do CIM e do MRCCS estiveram a bom nível, bastante melhor a Mafalda porque mais verdadeira, porque nunca perdeu a postura, apesar de serem escusados as piscadelas de olho à restauração do município de Canas e o tratamento por amigo ao Luís Pinheiro, mordendo o isco lançado por este.

Luís Pinheiro, mais sabidão, lançou o tratamento de amigo a todos, tentou mostrar-se como o campeão da democracia mas a máscara caiu quando apareceram as perguntas da assistência e foi o verdadeiro cacique quando teve de responder ao Alexandre e às perguntas de alguns membros do CIM.

Em suma, Canas está de parabéns pois poucas serão as freguesias que conseguem promover uma iniciativa destas e com transmissão online.

Boa prestação do AMEF (passo por cima do arrufo LP Vs jornal “canas de Senhorim” que não era para ali chamado).

Domingo que escolham o melhor e que o melhor seja o CIM!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Todos a Belém!

Finalmente o presidente (?) começou a ouvir os partidos mais votados nas eleições de domingo passado.
Após o delírio da última comunicação ao país, o Sr. percebeu que tem obrigações e, despoletar o processo de formação do novo governo, é sem dúvida, o mais importante neste momento.
Ouviu, primeiramente, os líderes dos mais votados (PS e PSD), curiosamente os grandes derrotados da noite, que foram parcos e sóbrios nas palavras, para de seguida ouvir o terceiro mais votado mas um dos vencedores, e aí o verniz e a capa de democrata esfumou-se (também já passaram as eleições!).
Portas, perdendo a noção que os portugueses não o escolheram para governar, colocou-se em bicos de pés e tentou impor as prioridades ao novo governo.
Primeiro, não o devia fazer em Belém,
Segundo, suponho que o "presidente" não lhe terá dito para formar governo,
Terceiro, se é verdade que o PS + o CDS formam uma maioria parlamentar, não é menos verdade que PS + PSD, ou PS + BE + CDU também fazem, sendo qualquer uma destas numericamente superior à primeira.
O que esta postura demonstra é a arrogância do ministro da defesa do último governo PPD/PSD - CDS/PP. Lembram-se?
Claro que esta tarde (ou amanhã) teremos a repetição do filme quando Francisco Louçã for a Belém.
A bem do país, contra tudo o que defendo e que alguma vez julguei possível, só vejo duas soluções de governo:
- Uma coligação do centrão (PS + PSD) ou,
- Um governo minoritário, com apoios parlamentares discutidos área a área, se tivermos deputados com os "tins" no sítio, capazes de se interessarem mais pelo país do que por eles próprios.
Gostava que o "presidente" tivesse explicado isto aos líderes que recebeu mas será que ele próprio tem noção do que é necessário fazer?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mensagens enigmáticas

As eleições autárquicas que se aproximas, fruto da multiplicação dos cartazes com as caras e lemas dos candidatos a Câmaras, Assembleias Municipais e de Freguesias, são pródigas em mensagens no mínimo enigmáticas.

Passando ao lado do Sr. do BE que voltou por amor a S. João (candidato à assembleia de freguesia de S. João de Ovar), seja bem-vindo, temos em S. João da Madeira, do candidato do PS à Presidência da Câmara Municipal:

“Mais e melhor educação, Por nós

Fico sem perceber se se trata de uma prece tipo rogai por nós ou, se pelo contrário tem uma mensagem mais virada para o emprego, vulgo tacho, Por nós (que seremos os professores/educadores/formadores)

No Souto os candidatos do mesmo PS à Assembleia de Freguesia, dizem-nos:

“Juntamos o Querer ao Saber”

E eu pergunto se um não quer e outro não sabe porque raio devemos votar neles?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A minha ajuda à "Manela"

Soluções para os problemas da nação 2º MFL e o seu PPD/PSD

Asfixia democrática – Grande tema da campanha da “Manela” seria facilmente exterminada se fosse proibido o uso de laca e se limitassem os penteados a uma coroa de 2cm à volta do couro cabeludo,

A Verdade – 2º grande tema da campanha da “Manela”, resolvido pela proibição de campanha eleitoral antes dos actos eleitorais (e por uma questão de higiene, depois dos mesmos),

TGV – 3º grande tema da campanha da “Manela” (por vezes foi o 1º tema), a solução passa por explicar à Sra e aos seus inefáveis seguidores, que existem distâncias maiores do que a que vai de S. Caetano à Lapa...como, por exemplo: Porto a Lisboa e Lisboa a Madrid, entre outros,

Escutas ao Presidente da República – 4º, 2º, 1º e 3º grande tema da campanha da “Manela”, oferecer um bilhete de ida Lisboa – Pulo do Lobo, ao Sr. que vive em Belém, aí ninguém o ouvirá...

A lógica do CDS-PP

"Um candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Moura, de seu nome Pedro dos Reis, foi detido sexta-feira pela GNR por, alegadamente, estar a furtar palha numa herdade localizada na periferia da cidade alentejana, avançou ao DN fonte da Guarda, acrescentando que o homem, de 63 anos, foi interrogado e constituído arguido, ficando a aguardar em liberdade o desenrolar do processo.

A cabeça de lista e presidente da distrital de Beja do CDS, Sílvia Ramos, confirma o envolvimento do seu "número 3" no caso, mas diz que isso não a fará alterar a composição da lista.

"A minha decisão é simples. Somos democratas-cristãos e está explícito na Bíblia que quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Não é por meia dúzia de fardos velhos que vamos tirar a pessoa da lista, neste momento. Cabe à Justiça e a Deus julgarem o acto", diz a líder centrista em Beja.

De acordo com a GNR, o caso ocorreu ao final da tarde de sexta--feira, por volta das 18.30, quando uma patrulha em missão de serviço detectou três indivíduos a carregar fardos de palha. "Já tinham diversos fardos colocados numa carrinha quando foram interceptados. Surgiu a suspeita de que se poderia tratar de um furto e, depois, o proprietário da herdade acabou por formalizar a queixa, o que nos levou à detenção dos três indivíduos", acrescenta a fonte.

Na ocasião foram detidos outros dois familiares do candidato, respectivamente com 23 e 20 anos. Em declarações ao DN, ainda antes de ter obtido esclarecimentos sobre o caso junto da GNR, Sílvia Ramos disse já ter falado com o seu colega de lista. "Disse-me que viu três ou quatro fardos de palha velha e que decidiu apanhá-los. O proprietário, que faz parte de outra lista, fez questão de formalizar a queixa." Segundo a cabeça de lista do CDS, a integração na sua lista de dois indivíduos de etnia cigana, como independentes, tem em vista promover a "inclusão social e a não a exclusão seja de quem for".

"Não estou a desculpabilizar a pessoa, já a chamei à razão e já lhe disse que quando se quer criar outro estilo de vida temos de começar a mudar. Mas não me cabe a mim julgar, pois não sou juiz nem sou Deus", diz Sílvia Ramos, lamentado o "aproveitamento político do caso". "Não percebo como é que três ou quatro fardos de palha equivalem a casos como o BPN, BPP ou Freeport", "

In Diário de Notícias, 24 de Setembro de 2009


Aguardo os berros de Portas a requerer a imediata prisão do seu candidato...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dia 27

O que fazer no próximo domingo, dia 27?

Para quem não é PS, nunca votou PS e discorda no essencial da política levada a cabo pelo governo que agora termina funções.

Para quem é de responsável, acredita no estado social e solidário, luta pelo ensino universal e gratuito, por um sistema de saúde para todos e acredita nos valores do Homem, coloca-se um desafio complicado:

Votar na esquerda que luta por aquilo em que acredita e correr o risco de dar a governação do país à direita, que não tem princípios e que ataca ferozmente o estado social e os trabalhadores,

Ou,

Votar PS, viabilizando um governo de esquerda, que terá de sobreviver com acordos parlamentares e que por isso será mais cuidadoso com as pessoas e cumprirá mais facilmente as promessas eleitorais.

Não tenho dúvidas que só há uma verdadeira solução: votar PS.

Há sempre uma primeira vez!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A última cavacada (ou será limada?)

Para quem tem defendido a existência de más relações entre S. Bento e Belém, estes serão dias de muita angústia.

A actuação do presidente, qual elefante em loja de loiça, é a melhor ajuda que Sócrates poderia ter, especialmente porque vem do campo que vive pendurado no presidente e que é o adversário do governo.

Se MFL tinha pouquíssimas hipóteses de chegar ao poleiro, ninguém esquece a ministra da educação da “geração rasca” nem a ministra das finanças da “venda dos créditos ao citigroup”, arrisco a dizer que hoje essas hipóteses são nulas.

Como homem de esquerda, agradeço.

Prefiro uma esquerda pífia no governo a uma direita reaccionária, incompetente e xenófoba.

Como cidadão responsável, lamento.

Mesmo não esperando muito do presidente (ou mesmo nada) as suas paranóias são tema de divã de psicanalista e para mim só lhe resta uma saída – A RESIGNAÇÃO.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Helena Matos, tenha vergonha!

O jornal Público, na sua edição de hoje, publica a habitual crónica “espaço público” da responsabilidade de Helena Matos. Normalmente não leio porque não gosto da forma como escreve nem das ideias que expressa mas, hoje, o sugestivo subtítulo “e a intermediação cultural?” aguçou-me a curiosidade e dediquei uns minutos à sua leitura.

A senhora, pretende explorar as contradições do Bloco de Esquerda, a propósito do modo como os bloquistas “etiquetaram” quem atacou a sua sede no Porto e o discurso corrente do próprio Bloco que, segundo a mesma, é condescendente com os criminosos.

Até aqui tudo bem, pois é papel dos jornalistas explorarem as contradições dos políticos e expô-las na praça pública.

O que é incorrecto e repugnante na sua argumentação é a grosseira comparação entre o apedrejamento de uma qualquer sede partidária (a todos os níveis condenável e lamentável) e a resistência dos Palestinos, feita com pedras contra mísseis, ataques aéreos e bombardeamentos sobre toda uma população indefesa.

Lamentável é o Público, ou qualquer outro meio de comunicação permitir esta publicação sem uma referência enérgica, demarcando-se de tal posição.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Oliva, desenvolvimentos

Nos últimos dias tenho falado com diversas pessoas que de algum modo se cruzaram comigo na Oliva e concluo, com enorme satisfação, que muitos se dão ao trabalho de visitarem este espaço.
Primeiro e antes de escrever o que quer que seja o meu agradecimento a todos. Aos que lêem o que escrevo, aos que concordam e também aos que não concordam, ou concordando, não gostam.
A verdade é que o que escrevo (sobre a Oliva) corresponde à verdade, ou pelo menos é uma leitura plausível dos factos que se têm sucedido nesta empresa.

Tive hoje oportunidade de consultar o processo (no tribunal de S João da Madeira, uma vez que ainda não há publicação no DR) e fico cada vez mais apreensivo, pois confirma-se a nomeação do director financeiro para a comissão de credores, que sendo uma nomeação legal enquanto credor da empresa, não é compreensível que o mesmo não tenha pedido a sua imediata substituição.
“À mulher de César não basta ser séria...”
Depois toda a argumentação do mau momento da empresa cai na crise internacional, no lay-out desfavorável e no facto de não terem recebido da segurança social € 80.000,00 relativos ao processo de lay-off.
Ora, se nos fixarmos nas contas da empresa e na nota que a mesma enviou aos fornecedores constata-se que desde o início (2004) a empresa apresentou sempre resultados operacionais negativos ou muito negativos, mesmo em anos de grande crescimento de preços e de grande procura.
Quanto ao lay-out aceito que tenha sido prejudicado por uma instalação pouco cuidada dos equipamentos adquiridos, mas a responsabilidade é da gestão não do lay-out.
O facto da segurança social ainda não ter liquidado as parcelas referentes ao lay-off é penalizador e verdadeiro, mas não se podem esquecer os mais de € 500.000,00 que a empresa apresenta como dívidas à...segurança social.
Na minha opinião o grande problema, pelos vistos não identificado pela gestão, chama-se produtividade e enquanto a Oliva não der o salto para 100-120 toneladas / homem ano, não haverá plano de recuperação que resista.
Para atingir esse patamar é fundamental emagrecer as áreas não produtivas ao mínimo, para 100 produtivos não pode haver mais que 10 não produtivos (haverá coragem e capacidade de trabalho para enfrentar este desafio?)
Por último e razão pela qual não acredito que a empresa vá continuar é o facto de, mais uma vez, proporem um perdão da dívida e transformação de dívida em capital.
Hoje, já não estamos na época de viver à custa dos outros, os processos de insolvência com recuperação têm que passar pelo pagamento integral das dívidas, pois só assim se pode acreditar na boa fé das pessoas/instituições.

Tive oportunidade de trocar algumas impressões com o administrador da insolvência, Sr. Dr. Tito Teixeira Germano que me deixou a melhor das impressões, para ele votos de coragem e firmeza neste trabalho.

sábado, 5 de setembro de 2009

Oliva, a saga continua

A acreditar na notícia da Liliana Guimarães, publicada no "labor", o administrador de insolvência é o Dr. Tito Teixeira Germano, que é também administrador das restantes empresas do grupo que se encontram em insolvência, o que se compreende pelo conhecimento que a administração da Oliva terá dele (e vice versa).
O que já não se compreende (e mais uma vez a acreditar no referido artigo) é que da comissão de credores (orgão e fiscalização do processo) faça parte o Sr. Ernesto Valente da Silva Mota, nada mais nada menos que Director Finaceiro da Insolvente e actor principal em todo o processo.
Espero sinceramente que tal facto não seja verdade, pois se assim não for, todo o processo, incluindo a escolha do administrador judicial começa com um tremendo erro.
Será distracção ou foi de propósito?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

debates

Com a entrada em falso de Portas tudo parece ficar mais fácil para Sócrates.

Quando todos o davam como derrotado, o primeiro-ministro, após uma excelente entrevista dada a Judite de Sousa no dia anterior, trucidou Portas.

Penso que o próprio Sócrates terá ficado surpreendido pelos erros do Paulinho das feiras que iniciou o debate tratando Sócrates por “Ze Sócrates” e pensando que eram favas contadas.

Sócrates cortou de imediato (e bem) a familiaridade, levando o Paulinho ao tapete pela primeira vez.

Depois o verdadeiro político não permitiu que Portas se levantasse e deu-lhe a estocada final cercando-o, através do evidente voto favorável de Portas e do PP às alterações da lei da prisão preventiva, que Portas não chegou a assumir.

O passado de Portas no Governo foi bem explorado pelo primeiro-ministro que revelou ter-se preparado a fundo para o embate.

Espero que Portas recupere (e se prepare) e esteja ao seu nível quando enfrentar a velha senhora.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ainda a Oliva

Tal como eu previa aí está o 3º processo de insolvência em 14 anos.
É obra!
Ainda não conheço muitos pormenores, pois o processo ainda não foi publicado na internet, mas é de prever que mais uma vez apresentem um projecto de recuperação sem pagamentos a fornecedores.
Espero, sinceramente, que os lesados tenham a coragem necessária para dizerem basta e que o juíz nomeado para o processo não se atemorize com a grandeza(?) da empresa.
O que é significativo é que apresentem como justificação, para os maus resultados, o lay out da empresa, que é o mesmo de há muito e só terá sido prejudicado por localizações absurdas de novos equipamentos adquiridos nos últimos anos.
Significativo também é não considerarem desajustado o nível de pessoal administrativo, esse sim, um problema real e recorrente da empresa.
Infelizmente quem menos culpa tem será quem mais irá perder - os trabalhadores e os fornecedores.

domingo, 30 de agosto de 2009

Oliva

A mim faz-me doer o coração.
E a vocês?
http://static.publico.clix.pt/docs/local/oliva/

Para o melhor do mundo, uma foto fantástica!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Onde é que eles estão?

Ao dar uma olhadela às listas de candidatos à Junta de Canas, Câmara e Assembleia Municipal de Nelas, sinto uma estranha sensação pois, nelas (as listas) não encontro a grande maioria dos nomes que tão acerrimamente defendem as suas posições no “canasempeso” e noutro espaços de livre opinião.
Que se passa?
É realmente mais fácil defender ideias do que as levar à prática, até porque elas se podem mostrar erradas e isso só é visível (normalmente) na implementação ou há mesmo medo de tomar posição, especialmente quando é preciso dar a cara?
Se, por mera hipótese, não fosse preciso dar a cara, estou convencido que apareceria uma lista que apresentaria o Anónimo das 23:15, o Anónimo das 12:34, o Anónimo das 17:45, o Anónimo das 13:01, o Anónimo da 23:05, o Anónimo das 10:43, o Anónimo da 22:18, e o Anónimo 10:09.
Ou será que estes são os que aparecem nas listas?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Quo vadis Oliva?

O que a seguir escrevo resulta do conhecimento que tenho da empresa onde trabalhei 11 anos (de 1990 a 1994 e de 1996 a 2003) e das contas apresentadas até ao exercício de 2007, uma vez que não tive acesso aos resultados de 2008.

A Oliva, que chegou a ser um dos monstros industriais portugueses sofreu diversas crises, umas determinadas pela falta de sucessão, outras por razões políticas e outras por algumas razões, que prefiro apelidar de menos conhecidas.

Com o fundador e com a ITT, a Oliva, enquanto mostrou-se um líder e uma escola, inicialmente com o fabrico das famosas máquinas de costura, dos motores de explosão, dos tubos, das banheiras e mais tarde com as torneiras.

Na realidade o definhamento da Oliva começa ainda com a ITT, pois na década de 80 não consegue fixar quadros de grande valia técnica e é dominada por tiranetes que tendo parcos estudos (conhecimentos) atingem uma posição de poder que irá minar a rede de conhecimento e de capacidade técnica da empresa e que se perpetuarão na Oliva até ao início do novo milénio .

Com a tomada da empresa por João Cebola e amigos, começam os devaneios e chega aos lugares de topo uma pessoa que será um dos grandes responsáveis pelo não desenvolvimento da empresa – Ernesto Mota.

Com o fim da cebolada, e com a empresa completamente descapitalizada um grupo de ex-quadros e de novos quadros dá o seu melhor para levar a empresa por diante, mas os entraves são muitos e a reorganização que é urgente levar a cabo fica a meio comprometendo o futuro. Na realidade, depois de um período francamente bom, de 1997 a 2001, em que a produção se desenvolve e em que sangue novo é injectado, a falta de um accionista e a falta de capital levam ao esmorecimento do principal responsável da empresa, que acaba por renunciar em Abril de 2003.

Com a saída do administrador a empresa avança para a insolvência, a 2ª em 8 anos.

Em Setembro de 2004, o grupo Suberus, compra o estabelecimento industrial e novo descalabro começa.

Nas contas de 2007, apresentam-se resultados operacionais negativos de aproximadamente € 1.000.000,00 e resultados negativos, transitados de exercícios anteriores de € 3.400.000,00.

Ou seja, em três exercícios a Oliva, agora chamada 1925, perde qualquer coisa como € 4.400.000,00, ou seja, por cada dia trabalhado a Oliva perdeu € 6.500,00 nada mau para quem se arroga um expert na área financeira.

Podem dizer que não tenho nada com isso, que o dinheiro é do accionista, mas tenho e muito.

Em 2003 a Oliva ficou a dever-nos € 65.000,00 e neste momento tem responsabilidades connosco de € 47.000,00 que duvido que as vá honrar.

A minha pergunta é: Ninguém responsabiliza esta gente?

Ninguém acha estranho que o todo poderoso director financeiro (que não assina cheques) seja o mesmo desde o tempo do Cebola?

Espero que, no mais que provável processo de insolvência a que a empresa vai recorrer em Setembro, haja um juiz com tomates que os ponha na ordem e que não tenha medo de decretar a falência desde moribundo.

Para terminar quero dizer-vos que vivi na Oliva os melhores tempo da minha vida profissional e aí conheci grandes técnicos e grandes amigos, mas é também por isso que a morte da empresa é preferível à sua agonia.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Porque está Sócrates de parabéns

Fui, durante toda a legislatura, um acérrimo crítico deste governo, mas é chegada a hora de fazer uns quantos elogios deixando, mais uma vez, bem claro que nunca votei PS nem tenho intenção de algum dia votar.

Os indicadores económicos hoje divulgados, não sendo brilhantes, estão a par das mais fortes economias da “zona euro”. Na realidade o crescimento de 0,3% é a melhor notícia que poderíamos receber. Sei, porque dependo directamente da economia alemã, que o crescimento alemão é real e sustentado pelo que depreendo que o de Portugal lhe esteja indexado e assim seja também seguro e sustentável.

Esta vitória do fazer bem de Sócrates, Pinho e Teixeira dos Santos é-o, não pelo acerto das chamadas medidas de apoio ao tecido empresarial (muitas delas completamente erradas ou inócuas) mas sim pelo discurso optimista destes três senhores. Na realidade o que mais ajuda uma economia em depressão é o apelo ao consumo e o dar confiança aos cidadãos.

Foi esta a postura do governo. É tempo também de fazer uma crítica feroz àqueles que durante todo este tempo, e mesmo agora, só falam da desgraça (CDS, PPD/PSD, BE, CDU).

São, de todo, lamentáveis as análises do Bloco e do PC. Mas as análises de PPD/PSD e CDS, partidos sempre alinhados com o facilitismo e com a venda de ilusões são completamente estúpidas

Compreende-se. Apostavam tudo na calamidade económica e a economia deu-lhes a volta. Sabem que com o país em recuperação será muitíssimo mais difícil vencer Sócrates.

Estes resultados premeiam o ministro “corneador”, que foi despedido por um “fait diver” mas que teve, enquanto governante, uma actuação muito positiva, com excepção do folhetim Qimonda. Esta devia ter caído com a falência da casa mãe, porque para a economia portuguesa representa apenas os postos de trabalhos. O valor acrescentado é zero. Para um milhão que importa, exporta um milhão mais a mão-de-obra portuguesa.

A boa prestação do governo aconteceu em muitas áreas, e não só na económica. Destaco a educação, a administração interna, a segurança social e a saúde.

Maria de Lurdes Rodrigues fez, paulatinamente, o que muitos queriam e nunca tiveram coragem por terem medo dos professores e dos seus fortíssimos sindicatos. A senhora mostrou como se faz, mostrou que muitos professores estão com ela e acima de tudo, mostrou que não há classes intocáveis.

Correia de Campos e Ana Jorge, fizeram uma pequena revolução, aproximaram a medicina dos cidadãos mas não conseguiram acabar com o feudo das faculdades de medicina que não permitem que se formem mais médicos.

Na solidariedade social, este governo a par dos de Guterres, fizeram corar toda a esquerda com as medidas acertadas de apoio aos mais desfavorecidos. Pensões mínimas, RSI, genéricos gratuitos para a população idosa e carenciada.

Claro que muita coisa ficou por fazer e para outras é preciso muita coragem para avançar. Deixo aqui algumas ideias:

Criação de um corpo nacional de bombeiros profissionais para coordenar e debelar o flagelo dos incêndios e incorporar o 112 evitando os equívocos vividos nos últimos anos (o exemplo da Extremadura Espanhola, pode ser um bom exemplo).

Reduzir as forças militares (exército, marinha e força aérea) ao quadro exigido pela NATO, parte dos excedentes seria absorvidos pelos bombeiros.

A política agrícola é uma anedota, ou melhor nem isso chega a ser porque não existe. Nas pescas (num país com tanto mar, é uma vergonha que se tenha acabado com a nossa frota) nada foi feito, com excepção do investimento da “Pescanova”, mais um bom trabalho de Pinho.

Esperemos que o próximo governo (que acredito que seja liderado por Sócrates) faça um trabalho tão bom como este.

Até às legislativas toda a oposição vai atacar e propor medidas completamente absurdas (veja-se o discurso do Jerónimo há poucos dias) e inconsequentes.

Expliquem-nos porque não se tributam os grandes lucros do capital do mesmo modo que se tributam os rendimentos do trabalho.

Criem-se taxas de IRC de 50% sobre lucros do (grande) capital, e façam-se contas ao que a economia podia crescer com os impostos que se cobrariam aos bancos, EDP, GALP, TMN, PT, Vodafone...

Como vos disse, eu não voto PS, mas vocês até deviam votar.

sábado, 8 de agosto de 2009

E não se cala!

Parece que Cavaco está estupefacto por o governo, no estrito exercício das suas competências, não ter reconduzido Lobo Antunes.

Fico baralhado.

O governo é obrigado a reconduzir os amigos do presidente? Quando uma pessoa é escolhida pelo governo para um qualquer cargo, essa escolha tem que durar enquanto o governo estiver em funções?

Mas, Cavaco não fica estupefacto com os conselheiros de estado Dias Loureiro, este um ex que para passar a ex foi preciso provar-se que estava entalado até aos ossos na negociata do BPN (controlado pela SLN onde Cavaco e a filha ganharam muitas centenas de milhares de euros no jogo das acções) e João Jardim, o troglodita da ilha que expropria para benefício pessoal, que proíbe jornais, que controla toda a economia da ilha, que proíbe deputados de entrarem na assembleia regional, que quer proibir o PCP, a quem Cavaco não dirige a mais pequena crítica.

Cavaco, há 2 meses também estava indignado coma saída do Director Geral da TVI porque era um golpe do governo, agora o tal Sr. Director sai, Cavaco fica mudo. Parece que o Sr. irá para a Impresa do amigo Balsemão. Será coincidência?

Este é o presidente que temos. Sem rasgo, sem vergonha, sem obra, sem princípios e que partirá sem deixar marca, registo ou saudade, apenas ficará a sensação de um vazio, grande de 5 anos.

Já só falta um.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

PS é fixe, o ambiente que se lixe!

Considero-me uma pessoa de sorte por viver nesta terra. O mar, a praia, a ria, os pinhais a perder de vista, a planície e a temperatura amena todo o ano fazem deste sítio o local ideal para quem gosta do ar livre e de fazer desporto, muito especialmente de correr.

Nestes dias grandes e quentes é normal correr quilómetros, no interior das matas, como de resto dezenas de outras pessoas, e encontrar bandos de aves que levantam em revoada quando nos aproximamos, cruzarmo-nos com coelhos bravos, esquilos, ouriços e mesmo raposas.

Lamentavelmente estas experiências vão-se tornando cada vez mais raras.

No ano passado a população de esquilos foi fortemente dizimada por pessoas menos respeitadoras de tal modo que hoje já é raro virem-nos espreitar.

Este ano, mais precisamente nos últimos três meses, 2 juvenis de raposa foram mortos e abandonados, um na berma da estrada e outro numa ciclovia, por pessoas sem escrúpulos ou que acham piada a matar estes belos e inofensivos animais.

Tudo isto se passa sem qualquer acção por parte da câmara que tem como obrigação zelar pelo equilíbrio ambiental, promover a alimentação e o bem estar da fauna para evitar que perturbem a população e criar condições para que não se extingam ou migrem para outras paragens.

Chego a pensar que estes atentados fazem parte da estratégia (da câmara municipal) para dizimar a floresta, substituindo-a por urbanizações desde a cova do frade até à praia, pois sabe-se que a câmara vive para pagar as despesas do capital (representam 52% do orçamento) e se exterminar a fauna, haverá menos uma razão para manter a floresta e então a negociata do imobiliário pode avançar.

O que ainda nos vai valendo é a existência da base aérea de Maceda que obriga a um grande espaço de floresta que funcione como sua protecção.

Também para lutar contra este modo de actuar defendo a construção do novo aeroporto em Alcochete, porque com ele a base aérea de ganhará maior importância e a nossa floresta será mais protegida.

Apetece-me dizer:

Vota PS que a malta (do tacho) agradece.

ou

PS é fixe, o ambiente que se lixe!