O que a seguir escrevo resulta do conhecimento que tenho da empresa onde trabalhei 11 anos (de 1990 a 1994 e de 1996 a 2003) e das contas apresentadas até ao exercício de 2007, uma vez que não tive acesso aos resultados de 2008.
A Oliva, que chegou a ser um dos monstros industriais portugueses sofreu diversas crises, umas determinadas pela falta de sucessão, outras por razões políticas e outras por algumas razões, que prefiro apelidar de menos conhecidas.
Com o fundador e com a ITT, a Oliva, enquanto mostrou-se um líder e uma escola, inicialmente com o fabrico das famosas máquinas de costura, dos motores de explosão, dos tubos, das banheiras e mais tarde com as torneiras.
Na realidade o definhamento da Oliva começa ainda com a ITT, pois na década de 80 não consegue fixar quadros de grande valia técnica e é dominada por tiranetes que tendo parcos estudos (conhecimentos) atingem uma posição de poder que irá minar a rede de conhecimento e de capacidade técnica da empresa e que se perpetuarão na Oliva até ao início do novo milénio .
Com a tomada da empresa por João Cebola e amigos, começam os devaneios e chega aos lugares de topo uma pessoa que será um dos grandes responsáveis pelo não desenvolvimento da empresa – Ernesto Mota.
Com o fim da cebolada, e com a empresa completamente descapitalizada um grupo de ex-quadros e de novos quadros dá o seu melhor para levar a empresa por diante, mas os entraves são muitos e a reorganização que é urgente levar a cabo fica a meio comprometendo o futuro. Na realidade, depois de um período francamente bom, de 1997 a 2001, em que a produção se desenvolve e em que sangue novo é injectado, a falta de um accionista e a falta de capital levam ao esmorecimento do principal responsável da empresa, que acaba por renunciar em Abril de 2003.
Com a saída do administrador a empresa avança para a insolvência, a 2ª em 8 anos.
Em Setembro de 2004, o grupo Suberus, compra o estabelecimento industrial e novo descalabro começa.
Nas contas de 2007, apresentam-se resultados operacionais negativos de aproximadamente € 1.000.000,00 e resultados negativos, transitados de exercícios anteriores de € 3.400.000,00.
Ou seja, em três exercícios a Oliva, agora chamada 1925, perde qualquer coisa como € 4.400.000,00, ou seja, por cada dia trabalhado a Oliva perdeu € 6.500,00 nada mau para quem se arroga um expert na área financeira.
Podem dizer que não tenho nada com isso, que o dinheiro é do accionista, mas tenho e muito.
Em 2003 a Oliva ficou a dever-nos € 65.000,00 e neste momento tem responsabilidades connosco de € 47.000,00 que duvido que as vá honrar.
A minha pergunta é: Ninguém responsabiliza esta gente?
Ninguém acha estranho que o todo poderoso director financeiro (que não assina cheques) seja o mesmo desde o tempo do Cebola?
Espero que, no mais que provável processo de insolvência a que a empresa vai recorrer em Setembro, haja um juiz com tomates que os ponha na ordem e que não tenha medo de decretar a falência desde moribundo.
Para terminar quero dizer-vos que vivi na Oliva os melhores tempo da minha vida profissional e aí conheci grandes técnicos e grandes amigos, mas é também por isso que a morte da empresa é preferível à sua agonia.
Como menbro da comissão de trabalhadores actual acho que o senhor não falou tudo o que sabe muito mais terá para dizer espero em breve poder contar com as suas opinióes que faltam.
ResponderEliminarComo trabalhador que o senhor foi ao longo dos anos que mencionou entendo eu como recente trabalhador que deverá estar a omitir ou por lapso não divulgar tudo quanto sabe gostaria de o conhecer pessoalmente a distancia não é longe o meu contacto é o seguinte : 965430267 Augusto Soares.