quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Têm a mente toldada!

Contam-me os meus amigos que os meus ex-companheiros da Oliva estão chateados comigo. Não o estão por ter lhes ter feito uma sacanice, por ter prejudicado a “nossa empresa”, por lhes ter roubado clientes ou ter tomado alguma posição menos ética.

Não.

Estão chateados por eu ter uma posição clara sobre a Oliva e por, pasme-se, ter a ousadia de a publicar.

Estes meus ex-companheiros, alguns dos quais considerava amigos, aceitam o que eu penso, sabem que tenho razão mas acham que não deve exprimir uma posição pública.

Enganam-se e enganam-se por várias razões que passo a enumerar:

- Sou um espírito livre, penso pela minha cabeça e a minha postura a nível profissional (como na vida) é séria, inatacável e rege-se por princípios, claro que os que estão chateados não podem dizer o mesmo e têm mais rabos-de-palha do que anos de trabalho na Oliva;

- O meu conhecimento de fundição, a estatura de técnico excelente, reconhecido no país e no estrangeiro, permite-me fazer uma análise séria sobre o passado, o presente e o futuro da Oliva, claro que os meus ex-colegas que se arrastam na Oliva não podem dizer o mesmo e não conhecem mundo;

- Eu e as empresas para as quais trabalho (e assim foi com a Oliva) temos uma postura inatacável no mercado baseada na verdade e no respeito pelos concorrentes. Infelizmente a Oliva de hoje mente sobre a concorrência e tenta denegri-la com informações falsas.
Deus – se existir – se encarregará de lho devolver em dobro;

- Sofri na pele (e no bolso) a incompetência da Oliva e dos seus credores, os meus ex-companheiros nunca foram prejudicados pelas situações adversas que a Oliva atravessou e talvez por isso se julguem muito bons. Um dia perceberão que o mundo gira mas, aí estarão irremediavelmente mortos…

Em prol da Fundição em geral e da Fundição Portuguesa em particular digo, e repito, que a Oliva deve encerrar não daqui a seis meses ou um ano mas amanhã.

Abraço amigo a todos os meus ex-companheiros.

3 comentários:

  1. Caro Luís Silva, não sou seu colega de profissão, mas também sou um trbalhador. E, concordo com o sr., na sua análise. Efectivamente, a maioria dos trabalhadores portugueses enferma pelas suas incapacidades de reacção ao adverso. Arrastam-se e permitem que os arrastem para o abismo. Não conheço muito da Oliva, sei apenas que era uma referência nacional na área da metalurgia. E, a par de grandes industrias portuguesas, agoniza. Maus gestores e interesses alheios, destroem o tecido produtivo Português. Lamentávelmente, estamos no fim da linha...

    Cumprimentos,
    ManuelVieira

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  2. Caro ex-colega de trabalho.
    É com muita tristeza que tenho lido os seus escritos, -verdadeiros- sobre a agonia da empresa onde ainda dou o meu esforço físico e mental.
    Ao fim de cada dia, verifico ser quase inútil o esforço dispendido, por ver o desinteresse dado às condições de trabalho na empresa.
    Parece uma empresa dum país abaixo do 3º mundo.
    Tudo o que se possa dizer é pouco para descrever o ponto a que a empresa chegou.
    Só quem não conhece a realidade da OLIVA é que pode sonhar na sua viabilidade.
    Deus queira que isso seja possível. Digo-o do coração.
    Cumprimentos.

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  3. Caro Domingos Fernandes,

    A tristeza de que fala é o sentimento que é comum a todos os que deram o melhor por aquela empresa, que foi magnífica, mas que a incompetência de uns quantos levou à ruína.
    Ainda será possível salvá-la?
    Ou o futuro será um museu, a exemplo da Sanjo (EICHAP)- Mata-se a Indústria e os postos de trabalho e depois faz-se um museu bonito, que nada produz, mas que é muito lindo e é um sucesso político.

    abraço,

    luis silva

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