Segundo a UMAR (União das Mulheres Alternativa e Resposta) 26 mulheres foram assassinadas pelos companheiros (maridos, namorados e amantes) desde o início do ano.
Arrepiante!
A estes números teremos de somar as mulheres agredidas que recorreram ou não a tratamento hospitalar, as agredidas psicologicamente e as agredidas sexualmente pelos companheiros. Se também somarmos os homens vítimas dos mesmos abusos pelas companheiras ou por familiares delas, facilmente concluímos que o país de brandos costumes é um país de uma violência extrema.
Notemos que este problema é horizontal e atravessa toda a sociedade, da direita à esquerda, dos muito pobres aos muito ricos, dos agnósticos aos religiosos, dos jovens aos velhos.
Este é um dos grandes problemas da sociedade portuguesa do século XXI, que em nada se distingue dos países do (chamado) terceiro mundo, que não se resolve com o rendimento social de inserção ou com uma ou duas doses Tamiflu.
Este é um problema estruturante que tem a ver com princípios, formação, educação sexual e vida em sociedade.
Este é um problema que se resolve com a interiorização da noção de Igualdade e de respeito pelo Outro.
Este devia ser o grande problema do país, mas não vejo qualquer partido político, organização religiosa ou associação (dita) cívica a colocá-lo como determinante nos seus objectivos.
Tenho vergonha deste país e desta sociedade que mata, que amesquinha, que destrói só porque não consegue o que quer.
Seremos mais Homens no dia que em que for notícia “um ano sem vítimas de violência doméstica”, aí teremos condições para nos preocuparmos com a Gripe A, a sucata do Godinho, as conversas do Vara e outros que tais.
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