Por indicação da FAO (organização das Nações Unidas para a alimentação) comemora-se hoje o dia mundial da alimentação.
A iniciativa é meritória e o trabalho que educadores e professores, fazem com os nossos filhos é reflexo de uma sociedade mais consciente para os problemas do Mundo, visto como um todo.
Infelizmente o motivo que leva a ONU a insistir na comemoração deste dia não é nada que nos faça sentir orgulhosos, pois esse motivo tem um só nome, mas milhões de caras: FOME!
O editorial do jornal Público de ontem, 15 de Outubro, era brutal - Há, hoje, no mundo 1.000 milhões de pessoas que passam fome, ou seja, cerca de 15% da população mundial.
O Mundo Português (deixem passar a reaccionarice) contribui com mais de 27 milhões de pessoas que passam fome (11 milhões no Brasil, cerca de 15 milhões em Angola e Moçambique) e certamente algumas estarão mesmo à nossa porta. Estimo que em Portugal haverá de 500.000 a 1 milhão de esfomeados.
As minhas perguntas (para reflexão) são:
- O que podemos fazer?
- Até quando vamos permitir esta situação?
- Até quando vamos permitir esta situação?
- O que dirão a isto os que se abespinham contra os transgénicos?
- O que dirão a isto os agricultores que para forçarem um aumento de preço dos seus produtos despejam milhares de litros de leite ou queimam produções inteiras?
- O que dirão a isto as multinacionais alimentares que deixam estragar toneladas de comida todos os dias sem proveito para ninguém?
- Há séculos que sabemos que a população cresce exponencialmente e os alimentos aritmeticamente, no entanto continuamos a considerar que a “nossa população” deve crescer mais e que estamos em risco de extinção…
Também ontem, como que em contraponto, veio a lume a notícia de que as 23 maiores empresas de wall street pagarão como bónus aos seus dirigentes 90.000 milhões de euros, valor mais elevado de sempre (onde é que vai a crise?), estes não passarão fome…
Não quero ser moralista mas, envergonha-me pensar que alguns que gastam diariamente mais de € 150,00 em vinho se consideram pessoas solidárias…
Espero que num futuro não muito distante a ONU diga que já não faz sentido o dia Mundial da Alimentação.
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