terça-feira, 31 de março de 2009

Socráticamente

Já por algumas vezes defendi Sócrates, muito por força dos ataques vergonhosos de que tem sido alvo, que vão muito para além do que é admissível numa sociedade “desenvolvida” e supostamente civilizada.

Os que o atacam, deixam passar em claro acções (ou inacções) que estão a prejudicar gravemente cidadãos, empresas e o país.

Muitas médias, pequenas e microempresas que estão em sérias dificuldades, viram o anúncio das medidas de apoio (linhas de crédito avalizadas pelo governo português) pelo ministro das finanças, pelo primeiro-ministro e pelo ministro da economia, como o financiamento que necessitavam para passar estes tempos difíceis.

Este financiamento, tem que ser integralmente pago pelas empresas e tem taxas de juros francamente baixas, tudo parece óptimo.

Digo parece, porque uma empresa que necessite de aceder a este crédito não tem qualquer hipótese, pois os bancos não o aprovam ou empurram as empresas para as suas próprias linhas com taxas de juro muito superiores.

Sobre este assunto, nem uma palavra do governo, nem a retirada dos avales aos bancos.
Note-se que esta postura é abrangente, incluindo o novíssimo banco do estado, nacionalizado há um par de meses, no qual cada português já colocou € 200,00 e provavelmente irá colocar muito mais.

Mas mais difícil ainda,
Hoje ficámos a saber que o nosso socrático governo resolveu tornar-se accionista da cerâmica “Bordalo Pinheiro”, comprometendo-se com uma entrada de capital da ordem dos € 14.000.000,00!
Particularidade: Um dos accionistas minoritários, mas de referência, é Vera Jardim, antigo (bom) ministro da justiça e destacado militante socialista.

O meu apelo, enquanto accionista da Maluesp:
Sr. Vera Jardim ofereço-lhe uma participação na nossa empresa (cedendo-lhe parte da minha quota), desde que o digníssimo Sr. convença o seu colega ministro das finanças, e o seu (nosso) primeiro-ministro a investir € 1.650.000,00, valor já corrigido para o número de postos de trabalho da nossa empresa.

sábado, 28 de março de 2009

A Semana passada

Alguns factos que se passaram esta semana e que merecem destaque/reflexão:

1 - D. Ilídio, Bispo de Viseu e antigo padre de Canas de Senhorim, defende o uso do preservativo nas relações sexuais de/com pessoas infectadas com o HIV. É um passo de gigante, especialmente após as declarações desastradas de Bento XVI.
2- A TVI continua a sua cruzada contra José Socrates. Não gosto, não votei e não penso vir a votar em Socrátes, mas a decência obriga a uma postura distinta. Mas o que podemos esperar da TV vale tudo?
3-Portugal é o país da UE com mais desigualdades sociais. A diferença entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres é abissal, os mais ricos ganham 7 vezes mais que os mais pobres. Para ajudar, Portugal tem neste momento 2 milhões de pobres!
Sinais de desenvolvimento...
4-Dr. Rui Morgado, para quem não conhece é um professor jubilado da UP, mais própriamente da Faculdade de Farmácia. Assisti a um "work shop" sobre toxicodependências, organizado pela apais da esc. sec. JMFragateiro de Ovar, em que foi ele o orador.
Frio, esclarecedor e directo.
É preciso chamar os bois pelos nomes.
5- Dr. Rui Morgado, o mesmo do ponto anterior. É redutor dizer/pensar que a culpa de tudo de mau que está a acontecer à geração dos nossos filhos é dos pais.
6- Estado português, ao mesmo tempo que anunciam, com pompa, a criação de 1001 linhas de apoio às empresas, vemos que tudo não passa de mentiras e que empresas em dificuldades não conseguem aceder a essas linhas.
Ao mesmo tempo, à primeira denúncia anónima (com ou sem fundamento) levam a cabo rigorosas inspecções a essas mesmas empresas.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Intervenção cívica

Penso já ter referido, em “posts” passados, que faço parte do conselho geral transitório da Escola Secundária José Macedo Fragateiro de Ovar.
Este conselho é o mais importante órgão de gestão das escolas, estando representados professores (7), funcionários (2), alunos (2), pais e encarregados de educação (4), representantes da autarquia (3) e ainda representantes da comunidade local (3), sendo estes indicados pelos anteriores na sua primeira reunião.
Faz ainda parte, mas sem direito a voto, o presidente do conselho executivo.

Este órgão tem, desde Setembro, feito um trabalho muito sério que culminará com:
a) Escolha do Director da Escola para os próximos 4 anos,
b) Aprovação do regulamento interno,
c) Criar as condições para a eleição conselho geral da escola para os próximos 2 anos.

Digo trabalho sério porque até hoje dos 21 elementos, nunca estivemos presentes menos de 14 e, normalmente, a grande maioria dos faltosos justifica as faltas.
As excepções são os representantes da autarquia (Vereadora da Educação e 2 elementos da Assembleia Municipal) que não comparecem sistematicamente às reuniões.
Assim se trata a coisa pública!
Mas, mais incompreensível será o seguinte facto:
Hoje levantei a questão da ausência sistemática dos Srs políticos e pedi aos meus colegas que ponderassem uma tomada de posição, por escrito, censurando a postura dos representantes da autarquia.
Surpresa!
Primeiro a sala gelou, depois os discursos de que não seria bom afrontar o município.
Se isto já funciona assim agora, como será quando os partidos políticos tomarem conta destes órgãos?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Cartaz Festa do Livro


Aqui fica o cartaz vencedor do concurso.
É um trabalho do André Godinho do 12º Ano

Associação Pais Esc Sec José Macedo Fragateiro

Após o trabalho de lançamento da associação de pais, chegou a semana de algumas realizações com projecção.
Montou-se a feira do livro em colaboração com os professores da escola, fez-se o concurso para o cartaz da feira e na quarta-feira leva-se a efeito o work shop sobre toxicodependências.
O @pais, o nosso boletim informativo, vai no segundo número e já incomoda, o que é um óptimo sinal.
No próximo número convidaremos alguns dos incomodados a escrever nele, vamos ver como se saiem e se aceitam expor-se.
Iniciativas que mostram a vitalidade da associação e mais, que mostram que os pais, mesmo de alunos do 3º ciclo e secundário, estão disponíveis para colaborar com a escola.
Claro que as resistências são grandes a partir do poder instalado mas, com o tempo, entenderão que só há vantagens em ter os pais por perto e no apoio ao trabalho dos professores.

domingo, 22 de março de 2009

ORTs

Com o processo de lay-off que estamos a viver, apercebo-me do que trinta anos de ilusões fizeram às pessoas.
Tive o cuidado de entregar a cada funcionário, pessoalmente, a carta em que se anunciava a intensão da empresa na aplicação da medida. Nessa mesma altura referi a cada um que seria aconselhável consultarem o sindicato ou um advogado, pois tinham o direito de constituir uma comissão de acompanhamento da medida.
Nada.
2 ou 3 foram ao Ministério do Trabalho, onde foram mal informados.
Mas formar comissão, lutar por algo. Não, isso obriga a pensar também nos outros e para isso não vale a pena.
3 deles chegaram-me a dizer que era melhor a empresa depedi-los!
Este é o resultado dos governos e das políticas de Cavaco/Guterres/Barroso/Santana e Sócatres.
Estaremos a tempo de mudar?

quinta-feira, 19 de março de 2009

19 de Março, dia do pai

Permitam-me um pouco de ...amor.
Ser pai de três filhos fantásticos é talvez a melhor coisa que que me aconteceu.
Sei que eles não são meus, são até uma co-produção com a Fatinha, mas olhar para eles, senti-los crescer, estruturados, a saberem o querem, a fazerem as asneiras que me fazem lembrar como fui, a sentir e a viver com eles a cumplicidade (que nunca tive com os meus pais) a amá-los aos três da mesma forma, mas de modo particular a cada um, é a certeza de que a educação que recebi, mais as influência que bebi nos vários rios por onde passei são um caminho válido para a construção do futuro deles e para eu seguir o meu caminho de bem comigo mesmo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Et porquoi Benoît?

Nos últimos dias, fomos confrontados mais, uma vez, pelas teorias completamente abjectas de Bento XVI e da própria igreja católica, sobre combate à SIDA e sobre o aborto.
Falemos primeiro deste.
A uma criança de 9 anos (leram bem, 9 anos) foi provocado um aborto, pois na sequência de uma (ou continuadas) violação tinha engravidado. Um deligente (arce)bispo excomungou os médicos, enfermeiros e todos os que contribuiram para o aborto! Todos não. O violador não sofreu da mesma pena!
Sua Santidade anui e abençoou o deligente (arce)bispo.
Parto do princípio que não tenha filhos, e se acaso os tem não terão certamente 9 anos. Suponho mesmo que não fará ideia do que é uma criança de 9 anos.
Que ponha a mão na consciência é o meu desejo.
Sobre aquela (a SIDA) o Papa continua a dizer que não se deve usar o preservativo, que esse não é o modo de a combater. O modo, segundo ele, é a abstinência. Não duvido que seja mais eficiente, mas se nem os que fazem votos de castidade conseguem siga-la, como obrigá-la aos outros que optam por ser sexualmente activos.
Saberá Sua Santidade mais sobre a propogação da doença e o seu combate que toda a comunidade científica?
Porquoi Benoît?

terça-feira, 17 de março de 2009

Doença(s), doentes, amigos e amizades

Neste início de ano a doença bateu à porta de duas pessoas que me são próximas. Ambos com perto de 70 anos, mas com uma actividade física e intelectual importantes. Os dois estão bem na vida, um é rico, muito rico mesmo e o outro, não sendo rico vive muitíssimo bem. Este, de quem sou muito amigo, teve no mês de Janeiro um choque terrível: foi diagnosticada uma leucemia do tipo fulminante à sua companheira de mais de 40 anos. Passado o choque inicial, os amigos cerraram fileiras, ele definiu uma nova linha de terra para si e avançou, cada dia, passo a passo, vibrando com cada melhoria da mulher, esmorecendo (um pouco) com as reacções físicas da esposa aos tratamentos.Finalmente ontem, quando coversávamos, a alegria inundava-o, o pior está ultrapassado e o que parecia ser um fim certo e rápido, está a levar a uma caminhada com mais uma alegria a cada dia. Agradecia-me os minutos de conversa, como agradece sempre. Já éramos grandes amigos antes deste "acidente", hoje somos muito mais.
Àquele, foi-lhe diagnosticada a doença de Parkinson já há algumas semanas. Trabalho com ele todos os dias, mas apenas ontem (muito a custo) me disse qual a doença. Está a reagir mal, a isolar-se, a família parece que apoia pouco e os amigos, os poucos que tem, a esposa não permite que se aproximem e puxem por ele.
Vejo-o a definhar, não há meia dúzia de semanas mas há dois anos. Como eu outros o notam e chamam a atenção, mas não reage.
A preocupação em ser rico impediu-o de alimentar a amizade e os amigos que hoje fariam toda a diferença.
Espero que ainda vá a tempo, pois é um bom homem e ainda tem muito para usfruir da vida.

segunda-feira, 16 de março de 2009

CONFAP

Nunca nutri qualquer simpatia por esta organização, Confederação Nacional das Associações de Pais – CONFAP, nem mesmo pelas “confapesinhas” as federações que actuam a nível concelhio.
Não nutro simpatia porque são estruturas alimentadas pelo poder político, nacional ou local e que obstaculizam a relação entre associações de pais das escolas / agrupamentos e o poder local.
Cada escola tem problemas muito próprios, problemas que devem, na sua grande maioria, ser resolvidos na própria escola em estreita colaboração com os órgãos de gestão, nos quais os pais e encarregados de educação estão representados.

Assusta-me que o Sr. Dr. da CONFAP esteja sempre pronto a dizer que o ministério da educação tem razão, mesmo quando não tem, e muitas vezes não tem tido, e assusta-me ainda mais que a este Sr. não seja ouvida uma palavra de apoio aos (bons) professores que temos.

A última, e que por certo não é para levar a sério, é que o douto Sr. pretende que as escolas estejam abertas 12 horas por dia!
Penso que se estaria a referir às escolas do básico, pois as secundárias e mesmo algumas dos 2º e 3º ciclos em que é leccionado ensino recorrente, estão abertas até mais tempo do que isso.
Ora o que o Sr. quer é um depósito para que os “pais” deponham os filhos às 8:00 e os levantem às 20:00, de preferência sem gastarem um chavo!
O Sr. quem representa?
Os Pais?
Outros Guardadores de crianças?
Ou ninguém?
Eu sou pai de 3 filhos, (todos no básico) e sou pai a tempo inteiro. Trabalho como qualquer um, assim como a minha mulher, mas mais que a nossa obrigação, o nosso gosto é termos os filhos fora da escola, connosco logo que nos é possível.

O Sr. ainda não percebeu que educar é tarefa dos pais, e para educar é preciso estar com os filhos.

Da escola espera-se que ensine bem, e é por esse objectivo que temos de lutar.
Se a CONFAP não lutar por isso, então para nada serve.


quarta-feira, 11 de março de 2009

Tempos de crise

Dei hoje início a um processo de "Lay-off", na empresa de que sou sócio (minoritário) e também gerente.
Como imaginam o meu estado de espírito não é o melhor (tenho o astral na lama).
Este início não é mais que a informação/notificação aos trabalhadores abrangidos pela suspensão/redução dos postos de trabalho.
Doloroso!
A experiência mostrou-me o seguinte:
- As mulheres são mais conscientes, interessadas e sólidas,
- A maioria dos homens não tem qualquer reacção,
- Dois (homens) dizem que preferiam que se extinguisse o posto de trabalho,
- Nenhum funcionário reagiu contra a empresa (ou a gerência),
- Sem qualquer 2ª intenção, os 3 tralhadores estrangeiros que temos na empresa não foram abrangidos pela medida,
O meus grandes dramas são:
- Não estar convencido que esta medida seja suficiente para garantir a continuidade da empresa e de todos os postos de trabalhos,
- Os outros sócios alhearem-se dos problemas
Sei que não posso trazer todos os problemas comigo, mas só de imaginar o que vai ser a noite destes funcionários deixa-me o coração gelado.
Solução: comprem, comprem, comprem, gastem o dinheiro que têm na aquisição de bens tangíveis para que a economia real funcione!
Quanto mais comprarmos mais será necessário produzir - Esta é a chave para sair da crise.

terça-feira, 10 de março de 2009

Intolerável

Nunca gostei de bancos e nos últimos tempos menos ainda, mas, o último anúncio do BES dá-me volta ao estômago.

Duas amigas (podem ser mãe e filha, duas irmãs, duas amigas, duas amantes... o anúncio não é explícito sobre a relação) estão a ter uma conversa séria em que uma, manifestamente aflita, confidencia que se encontra numa situação complicada, sem dinheiro.
A outra (Mãe?, Amiga?) diz-lhe para não se preocupar porque durante os últimos anos fez uma poupança em seu nome de €25,00 por mês e que agora tem lá (no BES) um bom pé de meia.
Obviamente a amiga aflita fica radiante e imensamente reconhecida, é aí que a amiga(?) lhe diz que não, que é só uma brincadeira.
Cruel!
Mas quem esperaria outra coisa dos bancos?
Afinal não são eles que apresentam lucros recorde, enquanto as empresas e as famílias vão à falência?

Na próxima vez que entrarem num banco (especialmente no BES) lembrem-se deste anúncio!

domingo, 8 de março de 2009

Pensar global

Todos os que estudámos biologia no secundário ouvimos que “a população cresce numa progressão geométrica e os alimentos numa progressão aritmética” sendo, portanto, apenas uma questão de tempo a escassez de alimentos.

A realidade é crua e mostra-nos que no último meio século a população mundial passou de 4 mil milhões de habitantes para 6 mil milhões! Estamos a falar de um crescimento de 50% para a população mundial num curto espaço de tempo mas, se falarmos apenas daquelas que vivem abaixo do limiar de pobreza, então a realidade é ainda mais dura; nos mesmos 50 anos a população mais desfavorecida passou de 2 mil milhões de pessoas para 4 mil milhões.
O número de pobres (paupérrimos) duplicou, ou visto de outro prisma, a população apenas cresceu em pobreza.

É uma evidência que as situações de pobrezas estão regularmente ligadas a famílias numerosas, ou de uma forma mais lata, nos países pobres, especialmente da África e da Ásia, o crescimento populacional é muito significativo e, pelo contrário, no mundo dito desenvolvido, a população tem tendência a decrescer.

À medida que esta realidade prolifera, aumentam também as (chamadas) instituições de caridade que por um lado, apoiam (nem sempre da melhor maneira) estas pessoas que vivem situações de exclusão extrema mas que por outro lado, através de um discurso patético, defendem o contínuo aumento da natalidade como se o mundo desenvolvido fossem um mundo à parte.

Custa-me ouvir as entidades religiosas e os partidos políticos (especialmente os de direita e extrema direita) a clamarem por um aumento da natalidade e com um discurso catastrófico quando o crescimento populacional em Portugal (e na Europa) é zero ou ligeiramente negativo, escondendo que a nível mundial a população cresce de uma forma galopante e muito especialmente em número de pobres.
Mais estranho ainda é que são estes mesmos partidos a não querer que os nativos de outros países se fixem no nosso país, apesar do decréscimo da população nacional.

Objectivamente, apenas uma questão de egoísmo levará alguém a tomar atitudes xenófobas, como a que relatei acima, quando é claro que a Europa necessitará de cerca de 50 milhões de emigrantes nos próximos 20 a 30 anos, para manter o actual estado de desenvolvimento.

Outro ponto a reter é que a procura de alimentos e de bens leva as pessoas a rumar aos grandes centros em busca de comida e ocupação, desaguando muitas vezes em situações como a da cidade do Cairo com mais de 500.000 pessoas a viverem em cemitérios, ou de Pequim, Moscovo, Rio de Janeiro, Jacarta e outras, em que milhares de pessoas vivem nas ruas ou em favelas e se prostituem numa tentativa desesperada de sobrevivência.

Não podemos esquecer, também, que é dos 4 mil milhões de pobres que se alimentam as redes de tráfico de seres humanos, muito especialmente de mulheres e raparigas, de tenra idade, que são enviadas para os países “desenvolvidos” para serem exploradas e abusadas pelos senhores do mundo!

Sela 7

Estive ontem no hipódromo da Bairrada para a primeira aula com o Mestre Luís Negrão (Licas). Foi uma aula diagnóstico com vista a delinear a preparação para o exame de sela 7.
Tudo muito bom e de um profissionalismo incrível. Pontualidade, seriedade, muito trabalho.
Um cavalo magnífico, inteiro, nobre, cheio de força.
No final fizémos uma pequena análise e vamos apostar nalgumas aulas para melhorar os obstáculos e limar algumas arestas no ensino, de modo a fazer o exame com uma classificação elevada.
Gostei e sinto que vou evoluir bastante.
Mais um professor de excelência na minha preparação como cavaleiro.

Dia Internacional da Mulher

Neste dia internacional da Mulher, luto pelo momento em que ele deixe ser necessário.
Quando a igualdade de género for uma realidade, quando para trabalho igual elas receberem salário igual, quando o desemprego tocar igualmente os dois sexos, quando os maridos(companheiros) deixarem de ajudar em casa e passaram a partilhar as tarefas domésticas, quando elas puderem sair sózinhas do mesmo modo que eles saiem sózinhos, quando os pais lhes derem a mesma educação que aos irmãos, quando não sofrerem violência doméstica, quando a maternidade não for motivo de despedimento, quando acabar a lapidação e a mutilação genital...
então deixo de festejar a mulher no 8 Março.
Até lá este dia é teu Mulher, Mãe, Companheira, Filha!

sábado, 7 de março de 2009

Questões de hálito

Tenho-me apercebido, através das visitas a vários blogs e das conversas com amigos e conhecidos, que os temas mais comentados são sempre os relativos aos factos do dia-à-dia.
São exemplos disso, o carnaval, o futebol, as notícias mais ou menos sensacionalistas, os casos em segredo de justiça e em que estejam supostamente implicadas figuras públicas, etc...
Esta constatação têm-me feito pensar (e tenho-a discutido bastante numa tertúlia de amigos que se reúne mais ou menos sem data marcada mas sempre à volta de um bom jantar e no mínimo uma vez por mês) que é apenas o resultado de sermos um país impreparado, o tal da geração j de que fala Letria, e que realmente se preocupa muito pouco com o futuro.
Temos dificuldade em exprimir opiniões sobre temas abrangentes e determinantes para a sociedade porque para emitirmos uma opinião temos que estudar, depois ao emitirmos uma opinião estamos a colocar-nos à mercê das críticas dos outros mas, se calhar o principal factor a inibir-nos é a postura do não fazer/discutir nada e esperar que solução apareça.
Infelizmente até no mundo empresarial esta postura pode ser encontrada.
Eu, por mim, continuo a achar que é melhor ter mau hálito do que não ter hálito nenhum.

quarta-feira, 4 de março de 2009

CANAS em PESO

Acaba de nascer o "canasempeso", uma iniciativa da minha querida amiga Mafalda e de mais uns quantos.
Espero que este novíssimo blog, venha a ser o grande espaço de debate sobre Canas.
Longa vida ao "canasem peso"

terça-feira, 3 de março de 2009

Interioridades

Li, há pouco, sobre a possível futura fábrica de baterias de Lítio para carros eléctricos, a construir pela Nissan, que o “nosso” Ministro da Economia defende que a mesma seja edificada no litoral e na proximidade de um porto.
Estranho eufemismo para Aveiro!
Anos e anos com discursos sobre a desertificação do interior, e... zás! Na primeira oportunidade de criar postos de trabalho e dar uma indústria de futuro ao interior, como meio de fixação de quadros técnicos e de população, indica-se o litoral e a proximidade de um porto como condição para a fábrica.
Um destes dias dizem-nos que não se pode investir no interior porque não há mão-de-obra disponível!
Depois, dirão que não se justifica fazer estradas, saneamento, arranjos urbanísticos... porque a população abrangida é muito reduzida e o custo por habitante é altíssimo.
Assim se vai matando aos poucos o interior do país e com ele morrerá o próprio país.
Não sou fatalista e acredito que devemos lutar pelas causas em que acreditamos.
Tenho para mim que pouco podemos esperar deste estado dominado pela geração jota (ver artigo 25ª hora publicado pelo jornalista Joaquim Letria) e que teremos de ser nós a construir o nosso futuro.
É urgente criar condições, a nível local, para fixação de pequenas empresas que possam, elas próprias, potenciar o desenvolvimento das zonas industriais, para depois captar empresas de maior dimensão.
Outra hipótese é despedi-los a todos! (Mas aí outros papa tachos virão)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sela 7

Estive no Hipódromo da Bairrada, na passada 5ª feira, a convite da Catarina Andrade, que está lá a fazer o curso de monitora.
Confesso que fiquei um pouco impressionado com o profissionalismo do Luís Negrão.
Até aqui a equitação tem sido pouco mais que uma brincadeira, agora, ao dar este passo sinto que estou a tornar-se numa coisa muito séria.
Como já referi, tive óptimos professores, espero que este seja mais um da nobre lista.

Guiné - triste fado!

Mais dois altos dirigentes da Guiné – Bissau foram assassinados. Desta vez o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, juntou-se ao Presidente da República num destino que é comum a vários políticos Guineenses.
Mário Soares disse há pouco, referindo-se a Nino Vieira, que um homem violento morreu na violência, irónico é que quem o acompanha neste infortúnio tenha sido brutalmente torturado por si.
Aproveito, aqui para relembrar, em dois textos e num poema, o grande vulto da Guiné, e de toda a lusofonia, também ele assassinado fez 36 anos em Janeiro:

“O cenário: uma casa branca, isolada, de um só piso, um largo terreiro à volta, uma enorme mangueira em frente da casa, um telheiro que serve de garagem; em Conacri, capital da República da Guiné, de que é Presidente Séku Turé. O tempo: três da madrugada do dia 20 de Janeiro de 1973. A acção: um carro, um Volkswagen, que o condutor arruma no telheiro. Dois faróis projectam a luz para os ocupantes do veículo que são Amílcar Cabral e a sua segunda mulher, Ana Maria. Uma voz ríspida vem da noite e ordena que amarrem Amílcar. Este resiste. Não deixa que o atem. O comandante do assalto dispara. Atinge-o no fígado. Amílcar, sentado no chão, propõe que conversem. A resposta é uma rajada de metralhadora que acerta na cabeça do fundador do PAIGC. A morte é imediata. Os autores do atentado: Inocêncio Kani, que dispara primeiro, um veterano da guerrilha, ex-comandante da Marinha do PAIGC; membros do Partido, todos guineenses.”

“Todavia, Amílcar é, nessa altura, Larbac. Assim assina os poemas de amor que escreve: Quando Cupido acerta no alvo, Devaneios, Arte de Minerva, entre outros. Os temas denotam influências clássicas. Os poetas que conhece do liceu são os inspiradores: Gonçalves Crespo, Guerra Junqueiro, Casimiro de Abreu, por exemplo. O lirismo de Amílcar (Larbac é anagrama de Cabral) não se evidencia pela originalidade. Revela, porém, a sua sensibilidade amorosa. Esse romantismo passa para a sua prosa de adolescente, os contos, notas e comentários onde se vislumbra já um seguro conhecimento e um desejo de participação no universo insular em que vive. Um pouco mais tarde, em Lisboa, essas preocupações irão agudizar-se.”

ILHA

- Um poema de Amílcar Cabral - Praia, Cabo Verde, 1945 -

Tu vives — mãe adormecida —
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de músicas sem música
das águas que nos prendem…

Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
— os sonhos dos teus filhos —
a clamar aos ventos que passam,
e às aves que voam, livres,
as tuas ânsias!

Ilha:
colina sem fim de terra vermelha
— terra dura —
rochas escarpadas tapando os horizontes,
mas aos quatro ventos prendendo as nossas ânsias! “


Retirado de “vidas lusofonas”

Quando a discussão incomoda

Mataram o município!

Esta manhã, bem cedo como todos os dias, abri o mail e juntamente com as mensagens habituais, uma de Canas chamou-me a atenção pelo título: apagaram o blogue!

Não quis acreditar. Acedi ao municipiocds.blogspot.com e deparei-me com o elogio fúnebre feito pelos “administradores”.

Triste.

Matam o maior fórum de discussão de Canas e dão-nos como justificação que o objectivo já estava cumprido!

Várias perguntas ficam à espera de resposta:

- Podem eles encerrá-lo só porque são os “administradores em exercício”?

- Os Canenses não lhes merecem qualquer respeito?

- Será que a discussão aberta a todos não lhes interessa?

- Quais as vantagens de o encerrar?

- E os Canenses, vão-se calar?

Haverá fundamentos?



Numa era em que a população portuguesa decresce significativamente, passo consequente de uma melhoria das condições de vida e não de uma maior consciência social, a concentração de população nas zonas do litoral e junto aos grandes/médios centros leva a uma cada vez maior desertificação do interior, colocando novos desafios ao poder local.

Rapidamente, estruturas que se encontram em todas as vilas de média dimensão começarão a ser excedentárias e a exigir um redimensionamento dos serviços públicos.
O exemplo mais sensível é a rede escolar, que mesmo nas localidades de média dimensão, e apesar da escolaridade obrigatória ter passado de 6 para 9 anos (e dentro em pouco para 12) com o decréscimo irreversível do número de alunos, está a levar à desafectação de vários edifícios.

Os únicos serviços que tenderão a aumentar serão as redes de saúde e muito especialmente as estruturas de apoio geriático.

Perante esta realidade muitas estruturas (físicas) desaparecerão ao serão reconvertidas, pois a junção de escolas, serviços municipais, serviços de justiça e outros, libertarão um conjunto significativo de edifícios.

Acompanhando esta realidade é bem provável que os pequenos municípios se tornem, por aglomeração, em grandes municípios dando às juntas de freguesia um papel cada vez mais importante no apoio às populações. Claro que, só daqui advirão vantagens se a distribuição de verbas for proporcional à população residente e se estas não se perderem na teia de interesses que hoje (do)mina todo o poder local, regional e nacional.

Perante estas evidências, haverá fundamentos para um novo concelho, por cisão do existente?
Será possível, em alternativa, uma mudança da sede de concelho?
Tenho sérias dúvidas em responder afirmativamente a qualquer uma destas questões, a não ser por razões sentimentais, mas estas não devem ser determinantes.

Enquanto estas alterações não acontecerem, um reforço de poder da junta de freguesia só se conseguirá com uma luta persistente, leal, com objectivos bem definidos e sempre na defesa dos direitos da população.

Este é, quanto a mim, o desafio que os candidatos (que se espera sejam vários e de qualidade) ao próximo acto eleitoral terão de enfrentar.

Se o verdadeiro debate de ideias prevalecer, será mais uma vitória de Canas.

domingo, 1 de março de 2009

Os ciclos PDCA e o MRCCS

Este texto será enviado para publicação no municipiocds.blogspot.com

Afinal já não será possível enviá-lo, acabaram de apagar o municipio!


Os ciclos PDCA e o MRCCS

Para quem trabalha na indústria os ciclos “pdca”, são uma ferramenta do dia a dia, muito por força dos processos de certificação e especialmente desde que foi introduzido o conceito de melhoria contínua como factor determinante do desenvolvimento das organizações.

Pdca, iniciais da expressão inglesa “plan – do – check – (re)act”, não é mais do que uma filosofia que podemos aplicar a tudo o que fazemos e não só a nível profissional.
Planear, fazer, verificar e (re)agir deveria ser o modo normal de fazer qualquer tarefa ou actividade mas, muitas vezes cristalizamos no fazer, ou porque achamos que fazemos tudo bem ou porque não temos a capacidade de por em questão o que fazemos.

Hoje proponho o exercício de aplicar um ciclo PDCA à luta de Canas pela restauração do concelho.

Penso que o MRCCS está fortemente necessitado de aplicar esta ferramenta, pois os desafios de hoje não são os de há trinta anos, e os métodos, muito provavelmente, terão de ser diferentes.
A luta pelo concelho está hoje fortemente condicionada, fruto do abandono a que fomos votados (e para o qual também contribuímos, muito especialmente desde a chegada ao poder da Dra Isaura Pedro) afasta-nos cada vez mais da possibilidade de voltarmos a ser sede de concelho, pelo menos nos moldes em que sempre pensámos.

Está na altura de fazer uma avaliação a todos os anos de luta e ver o que correu mal (um dia tive oportunidade de publicar um artigo no “Canas de Senhorim” em que afirmava que nem sempre os fins justificam os meios) e o que esteve bem.
Depois de fazermos este exercício, de forma fria, aberta, ouvindo a opinião de todos (mesmo que sejam contra), estaremos em melhores condições para definir qual vai ser a nossa postura a curto, médio e longo prazo.

É evidente que o principal, e aí estamos todos de acordo, é o desenvolvimento sustentado de Canas (com ou sem concelho).