Depois de ser evidente que vão ser precisas medidas duras e eficazes para o combate à crise parece que todos têm ideias para apresentar.
A mais injusta, impopular e absurda mas mais fácil para os políticos é, a ontem apresentada por todos os jornais, (sem se referirem à sua paternidade) a transformação do 13º mês num imposto de igual valor.
É uma medida brutal, especialmente para os pequenos e médios rendimentos e representa qualquer coisa como uma taxa (adicional) de 7% sobre o rendimento do trabalho dependente (e só deste, deixando de fora mais uma vez a economia especulativa).
É uma medida estúpida porque ao mesmo tempo que arrecada cerca de 2400 milhões de euros, retira esses mesmos 2400 milhões à economia, isto é, deixarão de ser transaccionados bens e serviços nesse mesmo montante, suponho que esta medida é o que os nossos políticos (excepção ao PCP, BE e Verdes) chamam de apoio às micro, pequenas e médias empresas...
Por outro lado vem o PPC, o tal que apesar de nunca ter ido a votos se sente mandatado pelos portugueses(!) dizer (justificando-se com as medidas espanholas):
“Espero que os portugueses tenham uma noção clara do sentido de emergência da situação. O caso espanhol, que apresentou hoje um conjunto de medidas, dá uma noção aos portugueses"
"Temos de ter um equilíbrio com medidas de aumento de receita mas também de redução de despesa. E ninguém pode ficar de fora, da banca a qualquer outro sector, com uma discriminação positiva face às pessoas com menos rendimentos e numa situação mais frágil".
"Até ao final de semana o país terá um conjunto de medidas para apresentar aos mercados, entre elas a proposta para cortar em 2,9% os salários dos políticos e gestores públicos”
Só se esqueceu (não sabia ou ignorou propositadamente) que esta manhã, o Governo espanhol avançou com novas medidas de austeridade que implicam a redução em 5% dos salários da Função Pública e o corte de 15% nos rendimentos dos membros do Governo e classe política.
Pois é, para PPC 2,9% é o mesmo que 15% desde que o corte de 2,9% seja no bolso dele...
Para terminar uma palavra de ânimo. Os resultado do 1º trimestre mostram a economia portuguesa a avançar mais que a zona Euro e a UE pelo 2º trimestre consecutivo, resultado de um forte crescimento das exportações.
Sem comentários:
Enviar um comentário