segunda-feira, 10 de maio de 2010

OS “CRAQUES” SEGUNDO EINSTEIN

Um artigo, cheio de significado, retirado de "institutoliberdadeeconomica.blogspot.com", da autoria (o artigo e o blog) do professor Jorge Vasconcellos e Sá:

No outro dia, encontrei uma frase: “I do not care about how much youknow until I know how much you care”.

Eu repito: “Não me interessa quanto sabe, até saber quanto se interessa”.

Poucas vezes uma frase tão pequena resume uma verdade tão grande.

É jogador de futebol? Dá mil “toques” com o calcanhar do pé esquerdo? E 1500 com o ombro direito? Mas não quer correr? Não quer lutar? Não quer “meter” o pé, suar? Deixar parte de si em campo?

Não se vá embora. Só um minuto. Vou recomendá-lo já ao clube rival. Tá? É do Benfica? Tenho aqui um excelente jogador para vocês. A minha sugestão? Defesa central: bem em frente da baliza. Façam-lhe o teste: peçam para ver a habilidade, o que sabe fazer e ficarão encantados. E eu até ajudo a pagar parte do salário. Quem é amigo, quem é?

Nunca mais me esqueci de Diamantino (ex-extremo do Benfica). Quando o Benfica dominava e no dizer de Mário Wilson, quem o treinava arriscava-se a ser campeão, ganhar ao clube da Luz era acontecimento nacional.

Um dia após uma derrota na Luz contra um clube pequeno, perguntaram ao Diamantino, o que se tinha passado. “Culpa nossa”, foi a resposta. “Somos melhores que os outros. Donde, se corrermos tanto quanto eles, ganhamos. Mas se corrermos menos, então, e só então, damos hipóteses”.

O que me interessa que uma pessoa saiba muito se dentro dela há tantos direitos, tantos direitos que não há lugar para deveres? Se está tão cheio de conhecimento como vazio de atitude?

É um egoísta. É um irresponsável. É um preguiçoso. Não consegue chegar a horas a lado nenhum (começando pelas 9h da manhã no posto de trabalho). Não se esforça. Não ajuda (quando os outros precisam ainda que não tenha que). Não cumpre prazos. A qualidade tem o heterónimo de tanto faz e o sinónimo de fica para a próxima. Especializa-se em levantar dificuldades em vez de apresentar soluções (é parte do problema e não da solução). Horas extraordinárias das duas uma: ou pagas, ou com má vontade. Almoço? Sagrado. Férias? A agência tem prioridade sobre a empresa.

Há tempos o dono de um jornal para estrangeiros em Portugal dizia-me: nos últimos 20 anos passaram mais de uma centena de pessoas pelo meu jornal. Não queria mais de meia dúzia de volta. O problema dos (alguns) portugueses é um problema de atitude.

Que engloba, dizia-me um empresário espanhol, o antagonismo patrão-empregado. “Em Espanha estamos do mesmo lado a puxar pela empresa; aqui em Portugal... faltam muito... e não se importam... há uma cultura de confronto...”.

Qual é a universidade em Portugal que além da 1ª parte (how much you know?) também ensina a 2ª (how much you care?). Disciplina. Rigor. Respeito. Esforço. Organização. Sentido do dever. Numa palavra: ética do trabalho. Qual?

A criancinha reprova? Não faz mal: tem mais dois exames (é tal e qual como nas empresas: a apresentação ao cliente correu mal? não tem importância: ele deixa repetir duas ou mais vezes). Entrada a horas nas aulas? Estar calado? Desligar o telemóvel? Tomar notas? Estudar à tarde? Entregar os trabalhos no prazo? (como? se os autocarros se atrasam, o metro pára, o computador se avaria e o inesperado sempre, sempre, acontece?).

Uma universidade em Portugal para ganhar vantagem competitiva não tem que ensinar mais. Nem melhor. Tem que ensinar diferente. Focar no “how much do you care?”, além de, em paralelo no “how much do you know?”.

Se além de conhecimentos, transmitir uma atitude, cultura de rigor, ética de trabalho, então sim, então faz a diferença.

Por isso, para dentro do campo? Só vão os que “comem” a relva. Os artistas? Esses têm lugar reservado na bancada. Ou no clube rival.


Porque o génio, segundo Einstein é um por cento de inspiração, e noventa e nove por cento de... transpiração.


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