quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Têm a mente toldada!
Não.
Estão chateados por eu ter uma posição clara sobre a Oliva e por, pasme-se, ter a ousadia de a publicar.
Estes meus ex-companheiros, alguns dos quais considerava amigos, aceitam o que eu penso, sabem que tenho razão mas acham que não deve exprimir uma posição pública.
Enganam-se e enganam-se por várias razões que passo a enumerar:
- Sou um espírito livre, penso pela minha cabeça e a minha postura a nível profissional (como na vida) é séria, inatacável e rege-se por princípios, claro que os que estão chateados não podem dizer o mesmo e têm mais rabos-de-palha do que anos de trabalho na Oliva;
- O meu conhecimento de fundição, a estatura de técnico excelente, reconhecido no país e no estrangeiro, permite-me fazer uma análise séria sobre o passado, o presente e o futuro da Oliva, claro que os meus ex-colegas que se arrastam na Oliva não podem dizer o mesmo e não conhecem mundo;
- Eu e as empresas para as quais trabalho (e assim foi com a Oliva) temos uma postura inatacável no mercado baseada na verdade e no respeito pelos concorrentes. Infelizmente a Oliva de hoje mente sobre a concorrência e tenta denegri-la com informações falsas.
Deus – se existir – se encarregará de lho devolver em dobro;
- Sofri na pele (e no bolso) a incompetência da Oliva e dos seus credores, os meus ex-companheiros nunca foram prejudicados pelas situações adversas que a Oliva atravessou e talvez por isso se julguem muito bons. Um dia perceberão que o mundo gira mas, aí estarão irremediavelmente mortos…
Em prol da Fundição em geral e da Fundição Portuguesa em particular digo, e repito, que a Oliva deve encerrar não daqui a seis meses ou um ano mas amanhã.
Abraço amigo a todos os meus ex-companheiros.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Oliva, outra vez!
Transcrevo, aqui, as notícias publicadas nos dois semanários de S. João da Madeira sobre a Oliva e os processo (insolvência e lay-off) que a empresa tem em curso.
Claro que não me limito a transcrevê-los pois, como antigo trabalhador, não posso ficar indiferente à agonia desta que foi uma grande empresa e o ex-libris de S. João da Madeira. Os dois processos têm sido (mal) tratados por uma administração que demonstra uma ignorância gritante no que se refere ao tema fundição (quanto ao tema económico-financeiro, o próprio processo de insolvência e a dívida acumulada em 4 anos falam por si).
A aplicação do processo de lay-off, com um regime de 5 dias de trabalho durante cada mês revela o desconhecimento profundo, não só do negócio em si, como dos equipamentos que possuem e das condições particulares da empresa além de demonstrar um profundo desprezo e desrespeito pelos funcionários.
Manter trabalhadores reformados trabalhar demonstra a incapacidade de uma empresa se renovar e demonstra também que esses trabalhadores consideram que o know-how que adquiriram ao serviço da empresa é um activo seu e não da empresa mas, manter reformados a trabalhar numa empresa que está em regime de lay-off e a braços com um processo de insolvência demonstra profunda ignorância, falta de visão de futuro e um achincalhamento a todos os outros trabalhadores.
Um processo de lay-off que não abrange os quadros médios e superiores é um embuste e mais uma vez, o desrespeito pelos restantes trabalhadores especialmente pelos que auferem menores salários.
Obviamente que todos teriam a ganhar com o fecho da Oliva (perdoem-me os trabalhadores) mas a Oliva não tem condições para estar no mercado, pelos pontos que a seguir exponho:
- Tem um nível de produtividade que é 10% do ideal e cerca de 20% de uma qualquer empresa do sector;
- Em 15 anos apresenta o 3º processo de insolvência, ou seja, tem vivido à custa dos fornecedores e do estado;
- Há muito que perdeu a certificação do sistema de gestão da qualidade;
- A capacidade técnica que foi durante tantos anos apanágio da Oliva desapareceu;
- Os equipamentos existentes estão em fim de vida;
- A estrutura dos serviços de apoio à actividade industrial (armazéns, recursos humanos, compras, vendas, financeiro, etc…) é dos anos 60 e baseia-se no compadrio e na incompetência.
Por tudo isto, e por muito mais, espero que 2ª feira, administrador de insolvência, juiz e credores digam não à continuidade da moribunda Oliva.
De “O Regional”
Oliva 1925 quer avançar com mais seis meses de suspensão temporária de trabalho (lay-off). A decisão será tomada esta tarde, no plenário para o qual foram convocados funcionários da empresa, e, se a proposta for aprovada, o lay-off entrará em vigor a 2 de Novembro.
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A administração da empresa metalúrgica Oliva 1925 em S. João da Madeira deu a conhecer, na passada sexta-feira, dia 16, aos 184 trabalhadores a decisão de aplicar mais meio ano de lay-off, precisamente na altura em que termina a primeira suspensão temporária de trabalho.
David Soares, membro da comissão de trabalhadores daquela empresa, confrontado com o inesperado da notícia, apesar de não ser dos trabalhadores mais antigos, reconhece à nossa reportagem que o ambiente continua a ser de “profunda desilusão e de profundo desgosto pelo arrastar da situação”. Diz que a Oliva está em processo de insolvência desde o início de Setembro e que, estando uma assembleia de credores agendada para o dia 26, “serão eles a ter a última palavra”. Este membro da comissão de trabalhadores diz que “isto já é um bocado cansativo e estamos todos muito cansados desta situação”. Salientou que, por parte da administração, já “existem metas definidas e era melhor colocar os trabalhadores informados, para não andarmos sob esta pressão”. Diz não ter dúvida de que “contávamos com uma situação final um bocado mais penosa” e, por isso, reforça que “a administração já deve ter ideias definidas e estão a protelar”. David Soares referiu também que “há contratempos a nível de licenças ambientais” e, “portanto, não acredito muito na viabilização da empresa”.
Adelino Nunes, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas dos distritos de Aveiro, Viseu, Guarda e Coimbra, confirmou que a Câmara não renovou as licenças ambientais “para a Oliva produzir”. O sindicalista, em declarações à Agência Lusa, afirmou não acreditar que o presidente da Câmara “assuma a responsabilidade do encerramento da Oliva e do desemprego de quase 200 trabalhadores, só por falta de uma licença ambiental”, frisa o dirigente do sindicato.
Adelino Nunes entende, por sua vez, que, apesar disso, a metalúrgica “tem que alterar os seus procedimentos ambientais” e que o plano de viabilização a implementar na empresa deve reflectir essa postura.
Referindo-se tanto à administração da Oliva 1925 - Soluções de Fundição SA, como ao gestor judicial nomeado para acompanhar a respectiva insolvência, o dirigente sindical declara: “Têm-nos dito que a intenção é recuperar a empresa e, a ser assim, esta questão ambiental é importante”.
Relativamente ao papel que os credores da metalúrgica podem ter nesse processo, Adelino Nunes acrescenta ainda à agência de informação lusa que esses “têm mais a ganhar em apoiar a viabilização da Oliva do que em decidirem--se pela sua dissolução”. Pois “estes trabalhadores têm muita antiguidade e o valor das indemnizações seria muito elevado”, explica. No caso do encerramento da empresa, “a quase totalidade do património da Oliva seria para pagar essas compensações”.
Recorde-se que a decisão de pedir a declaração de insolvência da empresa foi tomada a 13 de Agosto.
Segundo a comissão de trabalhadores, esta proposta prevê ainda que o capital social da empresa (50 mil euros) seja reduzido, para cobrir prejuízos. Recorde-se também que o segundo maior credor da empresa é uma firma de comércio e indústria química, de Valongo, seguindo-se o Instituto de Segurança Social, onde a empresa sanjoanense deve cerca de meio milhão de euros. A relação dos cinco maiores credores termina com uma empresa de recolha e reciclagem de resíduos e uma sucateira.
Na lista de credores constam ainda 193 trabalhadores, aos quais a Oliva deve mais de 200 mil euros em salários. As dívidas à maior parte dos trabalhadores não chegam aos mil euros, cada. Contudo, há um conjunto de 21 funcionários a quem a empresa deve entre dois e sete mil euros, cada. Entre estes, destaca-se o administrador único da empresa, Alexandre Bastos, a quem a Oliva deve quatro mil euros em salários.
A nossa reportagem tentou contactar os administradores da Oliva 1925 - Soluções de Fundição S.A., mas o mesmo não foi possível, já que nenhum administrador se encontrava disponível para esclarecer a situação.
Do “Labor”
Oliva quer mais seis meses de lay-off
Oliva propõe aos trabalhadores mais seis meses de lay-off. Operários decidem hoje se aceitam. Dívidas aos trabalhadores podem ditar a viabilidade da empresa que precisa continuar a laborar para pagar a todos os credores
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O Oliva pretende prolongar o regime de redução temporária do período normal de trabalho (lay-off) por mais seis meses, conforme o labor apurou junto de um trabalhador e do sindicato dos metalúrgicos. A empresa está em lay-off desde Maio. Este período deveria terminar no final de Outubro, altura em que se realiza a primeira assembleia de credores da fábrica, declarada insolvente em Agosto.
Ao que o labor apurou junto de um trabalhador, a Oliva terá proposto, na passada sexta-feira, aos 184 funcionários prolongar o período de lay-off por mais seis meses. A decisão dos trabalhadores deve ser tomada esta quinta-feira, em plenário para o qual foram convocados pela empresa. De acordo com a Agência Lusa, acaso os trabalhadores acedam à proposta da empresa, o segundo período de lay-off deve começar a 2 de Novembro.
À rádio TSF, um membro da Comissão de Trabalhadores (CT), José Marques, alertou que os funcionários já tiveram um “grande prejuízo ao nível de salários”. De momento, José Marques disse não saber “se os trabalhadores estão na disposição de continuar com o prejuízo”. Ao labor, o dirigente sindical que acompanha o caso, Adelino Nunes, disse que este segundo período de lay-off, a realizar-se não influencia o processo de insolvência da empresa. Adelino Nunes ressalvou, no entanto, que caberá aos credores, que reúnem em assembleia, pela primeira vez, dia 26, decidir se têm mais a ganhar ou a perder com a viabilização ou encerramento da fábrica. No parecer do sindicalista, os credores têm mais a ganhar com a viabilização da empresa em regime de lay-off. Adelino Nunes alertou para o facto de o montante da dívida aos trabalhadores ser de tal ordem que pode ser necessário todo o património da empresa para a sanar. Neste cenário, “a inviabilização da empresa pode significar que os credores não receberão nada dos créditos”, alerta. Adelino Nunes admite ainda que os credores não cheguem a uma conclusão na primeira assembleia que se realiza na próxima segunda-feira.
Prorrogar o lay-off
De acordo com o Código do Trabalho, o período inicial de redução temporária do período normal de trabalho, que pode ir de seis meses a um ano, dependendo do fundamento, pode ser prolongado, no máximo, por mais seis meses. Para tal o empregador deve comunicar por escrito a respectiva intenção e tempo previsto de prolongamento à estrutura representativa dos trabalhadores. O labor sabe que a empresa comunicou com os trabalhadores neste sentido na passada sexta-feira, 16. No caso da CT não se opor, por escrito, num prazo de cinco dias, o prolongamento pode acontecer. Ou seja, os trabalhadores têm até amanhã, 23, para elaborar um parecer acerca da proposta da Oliva.
O labor apurou, junto de um trabalhador da fundição, que os termos do prolongamento proposto pela empresa são os mesmos acordados em Maio. Ou seja, caso os trabalhadores aprovem, a empresa deve continuar a laborar cinco dias por mês com a maioria dos funcionários. Contudo, é de salientar que a empresa alterou os termos da redução temporária do período normal de trabalho em Junho e Julho. Nessa altura, alguns trabalhadores passaram a laborar 12 ou 13 dias por mês.
O labor contactou a empresa não tendo conseguido obter nenhuma declaração.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Dia Mundial da Alimentação
A iniciativa é meritória e o trabalho que educadores e professores, fazem com os nossos filhos é reflexo de uma sociedade mais consciente para os problemas do Mundo, visto como um todo.
Infelizmente o motivo que leva a ONU a insistir na comemoração deste dia não é nada que nos faça sentir orgulhosos, pois esse motivo tem um só nome, mas milhões de caras: FOME!
O editorial do jornal Público de ontem, 15 de Outubro, era brutal - Há, hoje, no mundo 1.000 milhões de pessoas que passam fome, ou seja, cerca de 15% da população mundial.
O Mundo Português (deixem passar a reaccionarice) contribui com mais de 27 milhões de pessoas que passam fome (11 milhões no Brasil, cerca de 15 milhões em Angola e Moçambique) e certamente algumas estarão mesmo à nossa porta. Estimo que em Portugal haverá de 500.000 a 1 milhão de esfomeados.
As minhas perguntas (para reflexão) são:
- Até quando vamos permitir esta situação?
- O que dirão a isto os que se abespinham contra os transgénicos?
- O que dirão a isto os agricultores que para forçarem um aumento de preço dos seus produtos despejam milhares de litros de leite ou queimam produções inteiras?
- O que dirão a isto as multinacionais alimentares que deixam estragar toneladas de comida todos os dias sem proveito para ninguém?
- Há séculos que sabemos que a população cresce exponencialmente e os alimentos aritmeticamente, no entanto continuamos a considerar que a “nossa população” deve crescer mais e que estamos em risco de extinção…
Também ontem, como que em contraponto, veio a lume a notícia de que as 23 maiores empresas de wall street pagarão como bónus aos seus dirigentes 90.000 milhões de euros, valor mais elevado de sempre (onde é que vai a crise?), estes não passarão fome…
Não quero ser moralista mas, envergonha-me pensar que alguns que gastam diariamente mais de € 150,00 em vinho se consideram pessoas solidárias…
Espero que num futuro não muito distante a ONU diga que já não faz sentido o dia Mundial da Alimentação.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
a minha análise
Se assim é, qual a análise mais correcta ou aquela que convence?
Pensemos;
Após 4 anos de governação errática, muita teimosia, tomada de medidas duras para o povo e um esforço para endireitar muita coisa que estava mal, o governo de Sócrates parecia decisivamente derrotado e com ele o PS. Na lógica vigente, o grande rival ganharia sem fazer qualquer esforço, bastava que se apresentasse nas urnas a 27 de Setembro para comemorar uma estrondosa vitória. Essa vitória não seria mais que a continuação da festa do 7 de Junho.
Mas assim não foi e não só o PS ganhou as eleições, como o PSD ficou uma votação fraquíssima, a CDU ficou mais uma vez na mesma e os extremos cresceram como nunca tinha crescido.
Vai daí conclui-se que acabou o centrão e que CDS e BE passarão a ser fiéis de balanças ora à direita, ora à esquerda e que de agora para o futuro há que contar com eles.
Passados 15 dias quando de novo se vai às urnas e todos diziam(os) que seria a continuação do acto de 27 de Setembro, CDS e BE são pulverizados e enviados um para Ponte de Lima e outro para Salvaterra de Magos, desaparecendo do restante mapa de Portugal.
O PS obtém uma excelente vitória, cresce em votos, mandatos e presidências de câmaras e rouba câmaras importantes à esquerda e à direita. O PSD também ganha, pois apesar de menos votado continua a ter o maior número de câmaras. A CDU segura-se (já só pelas pontas dos dedos) mas perde cerca de 30000 votos o que é, francamente, um mau resultado.
Conclusão,
O que me parece é que parte dos descontentes com o PS e com governo de Sócrates (os de direita) não viram no PSD capacidade para liderar o País e por isso, não tendo coragem para votar de novo PS votaram CDS e a outra parte (os de esquerda e muitos professores) não votando PS, escolheram o BE que para muitos não é bem de esquerda pois tem o líder mais conservador com o discurso mais bafiento, tipo Portas (o Paulo claro).
Como nas autárquicas não havia qualquer constrangimento com o PS ou com Sócrates, o centrão voltou.
Se eu estiver correcto, os deputados do BE e do CDS que aproveitem bem pois o centrão não deixou (nem deixará) de existir e na próxima legislatura voltarão a desinchar.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Vêmo-nos Gregos!
Em vez disso assistimos (por esta ordem) a uma patética comunicação ao país do Sr. Silva que nada tinha para dizer mas que gosta que fale dele (mal ou bem não interessa, desde que se fale) a uma primeira ronda de encontros com os líderes dos partidos que elegeram deputados, julgando nós que teriam ido a Belém dar a sua opinião sobre as soluções governativas mas parece que não, pois o dito Sr. voltou a convocá-los esta semana para se pronunciarem sobre esse tema.
Para já fica uma dúvida: Que foram lá fazer da 1ª vez?
E assim lá se passaram 11 dias sobre as ditas eleições e, considerando que o Sr. Silva ainda irá ouvir o Sócrates e a Manela, que depois disso irá indigitar Sócrates como 1º ministro e que este posteriormente irá ouvir os outros partidos antes de formar governo, penso que lá para finais de Outubro teremos o novo governo em funções.
É a capacidade de realização nacional ao mais alto nível!
É o engenho português!
É o exemplo da mais alta produtividade!
É Portugal no seu melhor!
Só a título de exemplo, a Grécia teve eleições legislativas no passado domingo, 4 de Outubro e (pasme-se) o novo governo (ministros e secretários de estado) tomaram ontem posse, três dias após terem sido eleitos.
Mas isso são os gregos que não percebem nada de democracia nem têm problemas com escutas e emails.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
A minha homenagem ao tio herói
Natural da Vila de Rebordões onde nasceu em 1916 foi filho primogénito de uma família que mais vocações deu à Igreja e à causa missionária, 1 bispo, 4 padres e 4 freiras, família esta que o então Papa Pio XII recebeu e abençoou em audiência reconhecendo assim esta importante dádiva à Igreja e a fé Cristã.
O Sr. Tenente Capelão ou se quisermos Sr. Padre Joaquim como carinhosamente era tratado foi destacado para a Índia, nas então colónias portuguesas de Goa, Damão e Dio, tendo sido feito prisioneiro de guerra juntamente com mil e setecentos militares ali deslocados, na sequência da invasão pelo Presidente da Índia Neru.
Colocados no campo de prisioneiros de Pondá, rodeados de arame farpado, viveram horas de angústia e incerteza, debaixo de um sol tórrido de mais de 40ºC, com a água e a alimentação racionalizadas, 3 prisioneiros desesperados tentaram a fuga, que foi imediatamente abortada.
Os sucessivos governos do após 25 de Abril, adiaram o reconhecimento da coragem deste grande português, mas em 2003 o Sr. Ministro da Defesa Engº Severiano Teixeira, depois de apreciar todo o processo resolveu atribuir a medalha militar de serviços distintos, grau de ouro, com palma.
E assim em de 10 de Maio último, com a presença da Sra. Secretária de Estado da Defesa, do Sr. Tenente General Cabral Costa, oficiais e dezenas de militares de todo o País prisioneiros de guerra da Índia, foi prestada homenagem, primeiro na Igreja do Sagrado Coração de Jesus (aonde ele esteve vários anos à frente daquela comunidade e onde acabaria por falecer) com a celebração de uma missa pelo seu irmão D. Luís, Bispo de Lichinga – Moçambique, e depois no cemitério da Póvoa do Varzim onde o Sr. Tenente General Cabral Costa, colega de presídio e capitão na altura dos acontecimentos, enalteceu os seus actos bem como as sua qualidades, homem despido de bens materiais mas de uma riqueza moral, humana e cristã imensa, foram colocadas coroas de flores no jazigo, nomeadamente do Estado Português, Associação de Prisioneiros de Guerra, Comunidade local e da Junta de Freguesia de Rebordões que assim se associou a esta, algo tardia mas muito justa homenagem.
“Os acontecimentos reportam-se a 1962 e ao campo de concentração de Pondá, onde estiveram presos durante largos meses cerca de 1750 militares e civis, na sequência da invasão de Goa, Damão e Diu pela União Indiana. O episódio em causa foi presenciado pela quase totalidade dos prisioneiros e viria a ser relatado por um dos oficiais que ali esteve detido. Foi no livro ‘A Queda da Índia Portuguesa. Crónica da Invasão e do Cativeiro’ (Estampa), que o coronel Carlos Alexandre de Morais descreveu o sucedido no dia 19 de Março de 1962, e que poderia ter redundado num massacre.Tudo começou com uma tentativa de fuga por parte de três prisioneiros, que procuraram evadir-se no meio do lixo transportado pela camioneta que todos os dias fazia a limpeza do campo. Quando a viatura se preparava para transpor a porta de armas, um furriel - que Carlos de Morais não nomeia -, denunciou a tentativa de fuga ao comando indiano. Dois dos três fugitivos foram imediatamente detidos, mas o terceiro escapuliu, misturando-se com “a multidão de prisioneiros que acorreu ao local”. Ao mesmo tempo, o delator, identificado pelos restantes prisioneiros, teve que ser retirado do campo pelos militares indianos, para evitar um provável linchamento. Um major indiano avisou então que, caso se repetisse uma tentativa de evasão, não hesitaria em fuzilar os seus autores - o que mereceu um protesto de um dos oficiais portugueses mais graduados, invocando a Convenção de Genebra.O caso parecia sanado, até à chegada do brigadeiro Sagat Singh, comandante-geral dos Campos de Prisioneiros de Goa. Mandou formar os prisioneiros, enquanto montava em seu redor todo um aparato bélico: metralhadoras, bazucas, morteiros. E, em frente da porta de armas, um ameaçador pelotão armado. Foi ainda a quente que o padre Ferreira da Silva descreveu os acontecimentos de que foi o principal protagonista, num artigo publicado na revista ‘Magnificat’, em 1962. Conta o jesuíta (à época, tenente capelão de Pondá) que o brigadeiro “mandou formar os soldados e perguntou se alguém queria castigar o delator. Ao contrário do que esperava, os rapazes responderam em coro: “Todos!” O homem ia indo aos arames. Mandou perguntar se tinham entendido bem. E a resposta foi igual: “Todos!” Manda então preparar o pelotão de fuzilamento e carregar as metralhadoras. Perante o risco iminente de uma carnificina, o ex-missionário saiu da formatura e dirigiu-se ao brigadeiro. “Pedi licença para falar e perguntei-lhe se, como capelão, desejava que dissesse alguma coisa aos homens. Mas a resposta foi seca: “Não! É demasiado tarde! É preciso dar uma lição a todos”. Insisti, pedindo que desse aos homens uma oportunidade. Negou novamente, perguntando se tínhamos sido alguma vez maltratados. Respondi que não, mas que já tínhamos sofrido bastante para merecermos que nos fosse dada uma oportunidade. Disse outro não muito seco e, voltando-se para trás, mandou avançar o pelotão de fuzilamento. Lancei então o último pedido desesperado, convencido da sua inutilidade: ‘Senhor, dê-nos uma oportunidade. É a primeira. Nunca teve razão séria de queixa. Por favor, dê-nos uma oportunidade’. ‘Está bem’ - respondeu - ‘mas diga-lhes que será a última’”. O brigadeiro indiano exigiu então um pedido de desculpas. O sacerdote dirigiu-se aos presos: “Rapazes, o sr. brigadeiro quer ouvir uma palavra de desculpa. Depois de a pedirem em coro, o brigadeiro deu-se por satisfeito. Agradeci, saudei e afastei-me. A tempestade terminara”.”
José Pedro Castanheira
terça-feira, 6 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Canas de senhorim em debate
Pena a ausência da Cristina Figueiredo, não justificada e incompreensível.
A atitude da candidata mostra desrespeito pelos canenses e por canas.
O candidato da CDU, esteve presente, não se intimidou mas não levou a sério o debate e como tal, não se preparou. Teve uma intervenção que muitas vezes roçou a boçalidade.
Os candidatos do CIM e do MRCCS estiveram a bom nível, bastante melhor a Mafalda porque mais verdadeira, porque nunca perdeu a postura, apesar de serem escusados as piscadelas de olho à restauração do município de Canas e o tratamento por amigo ao Luís Pinheiro, mordendo o isco lançado por este.
Luís Pinheiro, mais sabidão, lançou o tratamento de amigo a todos, tentou mostrar-se como o campeão da democracia mas a máscara caiu quando apareceram as perguntas da assistência e foi o verdadeiro cacique quando teve de responder ao Alexandre e às perguntas de alguns membros do CIM.
Em suma, Canas está de parabéns pois poucas serão as freguesias que conseguem promover uma iniciativa destas e com transmissão online.
Boa prestação do AMEF (passo por cima do arrufo LP Vs jornal “canas de Senhorim” que não era para ali chamado).
Domingo que escolham o melhor e que o melhor seja o CIM!