domingo, 21 de junho de 2009

Crianças

Cada vez que leio ou vejo notícias sobre guarda de crianças, lutas entre pais biológicos e pais adoptivos ou famílias de acolhimento, todo eu estremeço.

Sou oriundo de uma grande família e eu próprio tenho 3 filhos. Sei o que são dificuldades em criar, educar, acompanhar, vestir, alimentar os filhos e também sei que isso nada tem a ver a com carinho e amor, esses dois ingredientes fundamentais para se criarem os filhos.

Passa-se hoje a ideia que o “status” económico pode ser factor determinante para entregar uma criança a outros que não os pais naturais.

Lembremo-nos dos casos recentes do sargento e sua mulher, da senhora russa e mais recentemente da jovem mãe a quem o filho foi retirado à nascença.

Omito propositadamente o nome das crianças porque nenhum de nós tem o direito de os expor.

Em todos estes casos foram criados movimentos a favor dos que mais bens materiais possuem, chegando-se ao cúmulo de mostrar imagens de quartos individuais e bem limpinhos como se isso fosse importante. (Nunca tive um quarto só meu e durante algum tempo partilhei-o com mais três irmãos, pelos vistos sobrevivi e isso não afectou a minha personalidade). Mas deu-se menos importância a factos como:

- Como chegaram estas crianças a estas famílias de acolhimento/adopção?

- Que esperar de pessoas que não respeitam ordens emanadas de tribunais? Poderão ser pais responsáveis?

- Será um par de palmadas facto relevante para retirar um filho/a aos pais?

- Pode o estado retirar um recém-nascido à sua mãe e institucionalizá-lo a 300km da casa dos pais?

Temo seriamente pelo mundo que estamos a criar em que ter filhos será um direito dos ricos, que conquistarão também o direito a dar quecas livres de procriação, para esta existirão os pobres para quem uma queca que não seja livre de procriação terá duas penas:

- Levar a gravidez até parir,

- Ver o filho/a ser-lhe retirado à nascença.

Será esta a sociedade que queremos?

Não têm os pobres o direito de os seus filhos?

Não tem o estado a obrigação de suprir as dificuldades económicas dos mais desfavorecidos?

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