É mais fácil dizer que a culpa é do governo, do que assumir culpas próprias e perceber que as empresas nascem, crescem e morrem se não se modernizarem.
Vem isto a propósito da sempre presente "Oliva" e da "notícia" publicada hoje no "Avante!" pela concelhia de Santa Maria da Feira (já agora, a Oliva fica em S. João da Madeira e não na Feira).
Transcrevo, antes de comentar o referido artigo:
"Governo desistiu da Oliva
| A Comissão Concelhia de Santa Maria da Feira do PCP responsabiliza o Governo pelo encerramento da Oliva, empresa metalúrgica com 85 anos de actividade e imenso prestígio. Na opinião dos comunistas, o Governo é responsável pela «passividade com que assiste ao desmantelamento do tecido industrial», que no concelho «atinge níveis preocupantes». O PCP sempre reclamou por uma intervenção do Estado na busca de uma solução para viabilizar a Oliva, lembra, em comunicado, a Comissão Concelhia. Mas a reivindicação do PCP no sentido de se recorrer à Caixa Geral de Depósitos ou a fundos especiais de apoio às empresas não foi tida em conta – assim, ditaram o fim da Oliva, a única empresa a produzir peças para o ramo da indústria do automóvel pesado. Mas os comunistas não acusam o Governo apenas de passividade. Já que este, através da Segurança Social, votou favoravelmente o encerramento da Oliva. Até pode ser «menos uma “chatice” no imediato», mas a verba a despender num ano para as prestações devidas aos trabalhadores resolveria a viabilização da empresa. Os comunistas sempre criticaram também a Câmara Municipal pela falta de empenhamento demonstrada na procura da viabilização da empresa. Pedia-se, no mínimo, uma denúncia da inacção do poder central. «Não basta dizer que ningém queria comprar a empresa, era necessário considerá-la como um bem a preservar.»"
Algumas coisas fazem confusão neste artigo de qualidade mais do que duvidosa. Omite-se durante todo o texto que a Oliva está em S. João da Madeira e mesmo quando se refere o suposto alheamento da câmara municipal, não se indica o município. A Oliva é será sempre (tal como a Sanjo) património industrial e cultural de S. João da Madeira e, pela experiência que tenho, posso afirmar que sempre foi acarinhada pela câmara municipal, independentemente do presidente em funções.
Depois insiste-se na teoria de que injectando cerca de € 3.000.000,00 através da CGD a empresa seria viabilizada, ignorando, ou melhor, omitindo que devido à não modernização e redimensionamento a Oliva apresentava produtividades de cerca de 20% da produtividade das empresas de referência na fundição de ferros fundidos e não referindo que, com a última gestão nunca apresentou resultados operacionais positivos.
As minhas perguntas aos senhores da concelhia de Santa Maria da Feira são:
- Sabem fazer contas? - Sabem o que é gestão?
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