quarta-feira, 28 de abril de 2010

Banca Rota, que soluções?

Portugal aproxima-se vertiginosamente da banca rota (para utilizar a expressão de 76) apesar de quase todos o tentarem negar. Na realidade não o negam, politicamente dizem que a nossa situação não é igual à Grega e têm razão pois a nossa queda é mais lenta que a Grega mas, o resultado será inevitavelmente o mesmo, bater no chão ou a banca rota.

Obviamente que a situação é preocupante mas não é o fim do Mundo. Antes ou depois da banca rota teremos de tomar acções claras e dolorosas que serão tão mais dolorosas quanto mais tarde forem tomadas, com a agravante de que se aguardarmos pela banca rota seremos empurrados pelo FMI e pela CE, e teremos de seguir as suas regras (mais ou menos como em 76).

Neste momento precisamos de um governo de salvação nacional (cá está 76, outra vez) e a disponibilidade demonstrada hoje (ontem) por Passos Coelho é um bom sinal mas, duvido que a nossa classe política tenha coragem para tomar as medidas acertadas que a meu ver terão de se enquadrar nas seguintes e ser imediatas:

1 – Limitar as pensões de reforma a um máximo de € 3.000,00 (excepção para os ex- Presidentes da República);

2 – Congelar as entradas na função pública (especialmente nos serviços municipais) em todos os serviços, com excepção da saúde e da educação;

3- Limitar o número de alunos por turma a cerca de 15 e criar um ensino exigente e por níveis (isto é desdobrar os programas e as turmas em vários grupos, por nível de aprendizagem) com esta medida além de se aumentar a exigência e qualidade do nosso ensino serão criados bastantes postos de trabalho pois os professores actuais não serão suficientes ;

4 - Acabar com os horários zero em toda a função pública e especialmente na educação;

5 - Cortar na despesa militar equacionando, a médio prazo, limitar os efectivos aos mínimos exigidos para honrar os acordos internacionais;

6 - Isentar de IRC, por um período de 5 anos, todas as empresas que invistam 75% dos lucros líquidos (90% para o sector terciário). Esta medida levará a uma inevitável renovação da nossa indústria, agricultura e pescas que resultará numa maior competitividade e num aumento de emprego;

7 - Aumentar o salário mínimo para € 550,00 a € 600,00. Esta verba é directamente injectada na economia pois será (quase) inteiramente transformada em consumo e terá benefícios consideráveis ao nível da satisfação global dos trabalhadores;

8 - Aumentar o IVA, por um período de 5 anos, para 23% (25%?);

9 - Limitar o número de empresas municipais e “plafonar” os salários pagos por estas;

10 - Obrigar (por normas internas, já que não pode ser por lei) todas as empresas públicas a aprovisionarem-se em Portugal (CP, Estaleiros Navais, Metro, TAP...);

11 - Idem para os municípios e empresas municipais;

12 – Terminar com as parcerias público-privado, em especial no sector da saúde;

13 – Travar e reverter a privatização do negócio das águas;

14 – Portajar todas as auto-estradas com um custo por km definido por lei e igual em todo o território português;

15 – Suspender todas as assessorias de gabinetes privados a ministérios e assembleia da república;

16 - Criar um tecto para os salários dos gestores públicos e abolir os prémios nas empresas públicas.

6 comentários:

  1. Ora aqui está!
    Medidas de esquerda e de direita.

    Vamos a isso mas que sejamos mesmo TODOS a contribuir sem grupos isentos, sobretudo aqueles do dito grande capital.

    Bj

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  2. O "livrepensamento" não é de esquerda nem de direita, é mesmo livre.
    Com medidas como estas seguramente que conseguiríamos construir um País melhor.

    obrigado por continuares a seguir este blog.
    bj

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  3. Sigo e leio tudo, mesmo que não comente...

    A propósito ontem quando ia em viagem ouvi, penso que na antena 1, um comentador dizer que "os portugueses não estão nada preocupados com a banca rota (era uma crítica à falta de responsabilidade) estão é preocupados se o empréstimo obrigacionista do Benfica vai ser ou não um sucesso"...

    O teu post dá-nos esperança, porque aponta caminhos (a quem se preocupa).

    Se as medidas 3 e 4 que propões já tivessem sido implementada há 15 anos, hoje não estaríamos assim... temo que neste ponto ainda pioremos antes de obtermos alguns resultados.

    Bj

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  4. Há mais medidas ambiciosas: - Reduzir os orçamentos da Assembleia da República e da Presidência da República para darem exemplos aos Ministérios, aos Governos Civis e às Câmaras para fazerem o mesmo. Acabar com todas as mordomias do sector estatal, público e privado. Reduzir os vencimentos e acabar com os prémios escandalosos que por aí campeiam. Reduzir as duplas, triplas e quádruplas reformas de luxo de muita gente no sector público e privado. Suspender as ideias faraónicos para o momento como são o Novo Aeroporto, o TGV e as novas auto-estradas. Aproveitem-se as potencialidades do que está instalado como é o caso do Aeroporto de Beja que nunca mais funciona e segundo dizem está pronto, dinamizem-se e modernizem-se as linhas ferroviárias existentes e dêem vida a algumas que fecharam sem razão, gaste-se algum dinheiro na recuperação e modernização de algumas estradas importantes, ponha-se a capacidade do Alqueva a regar metade do Alentejo e a produzir hortícolas e frutícolas para invadir a Europa de tudo o que é bom e fresco, acabem-se com as importações de maçãs da China e peras da Africa do Sul e outras importações do género, dinamize-se a maior ZEE da Europa e invada-se a mesma de peixe fresco e de qualidade todos os dias e depois, com tudo isto, daremos uma boa resposta ao mundo especulador e a uma Alemanha prepotente, como um país pequeno e ainda com sangue nas veias tem capacidades de se regenerar a ele próprio. Esforcemo-nos e como os pequenos estão condenados a pagar a sua parte, os grandes que paguem a sua com a redução da ganância e um desenvolvimento sustentado na capacidade de se aumentar a exportação, reduzir a importação e acabar de vez com as despesas supérfluas.

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  5. temos que ser mais diretos sobre a situaçao actual em vivemos.. 1- mudar as mentalidades e partir para a acção. tá visto que a partir da politica não chegamos a lado nenhum. eles fazem de nós o que querem. as medidas de austeridade só serve para prejudicar mais a situação do nosso pais. e nós o que fazemos? nada.. manifestações em portugal parecem mais festas de convivio do povo. vê-se a diferença entre uma manifestação em espanha, frança, bruxelas etc.. voçês acham que os politicos em portugal se preocupam com as nossas manifestções? temos o exemplo das scuts fazemos buzinões, marchas lentas e no entanto somos os primeiros a fazer filas para comprar o chip. nimguem devia comprar chip isso si era um protesto contra essa medida. falámos muito mas não fazemos nada..

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  6. uma pequena achega.tendo em conta que todos os subsidios de desemprego e subsidios de reinserçao sao pago pelo estado(com o dinheiro dos contribuintes)isso faz deles empregados da funçao publica.
    uma boa oportunidade de os colocar a trabalhar com incentivos para as empresas aliciantes.se o estado lhes está a pagar,ao menos que o faça mantendo esses desempregados no activo.
    com esta posiçao acabavam-se com os trabalhos por fora sem descontos.continuo a acreditar que grande parte dos desempregados deste pais desapareciam.

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