sexta-feira, 24 de abril de 2009

24 de Abril

“Se ganharmos venho almoçar depois de amanhã, se perdermos provavelmente não nos vemos mais, pois serei preso e deportado para o Tarrafal”

Otelo Saraiva de Carvalho, despedindo-se da sua companheira em 24 de Abril de 1974

35 Anos depois, a grandiosidade, generosidade, desapego e pragmatismo dos Capitães de Abril não mereciam estes números:


2.000.000 de pobres

1.000.000 de analfabetos

500.000 desempregados


Ainda falta tanto para se cumprir Abril!

Crise

Aos poucos vamos caindo em nós.
Ouvíamos falar de crise, na realidade somos ininterruptamente bombardeados com notícias sobre o mau desempenho económico, mas agora é que nos começa a doer.

Tenho para mim que a grande maioria dos empresários são pessoas sérias (a tal famosa regra dos 6%) e num cenário de crise aguda que vivemos as primeiras medidas são sempre para tentar aguentar com os meios próprios e sem prejudicar ninguém, o segundo passo, tentar aceder aos (supostos) apoios estatais que se revelaram a maior mentira do governo Sócrates, pois estão feitos à medida de quem é amigo e de quem não precisa, no terceiro passo começa a via dolorosa e as empresas avançam para o lay-off, que das medidas penalizadoras para os trabalhadores é a que mais os protege.

Infelizmente, para muitas empresas entre as quais a minha se inclui, estas medidas não se revelam suficientes, pois o que falta é mercado e sem mercado nenhuma empresa pode sobreviver.

Então o passo seguinte será o pedido de insolvência, ou noutros casos o despedimento colectivo.

Infelizmente isto vai doer.

O desemprego começou a subir e até os economistas do regime já estão assustados, mas penso que só estamos no início e sinto que no verão, por altura de férias será o autêntico descalabro.
Tenhamos força para seguir em frente e engenho para dar a volta a esta crise que se mostra devastadora.
Não podemos esquecer que a crise foi provocada por políticos mal (ou nada) preparados que tudo permitiram ao sistema financeiro.

É tempo de lhes mostrar o cartão vermelho!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Este meu dia

Algo de fantástico,

O xi-coração (é infantil mas foi mesmo assim) que partilhei com uma grande amiga ao início deste dia.

O texto excelente de outra grande amiga no “canasempeso”.

Os ensinamentos do “Licas”.
A cada aula a simbiose cavaleiro/cavalo é mais evidente.

A liberdade e a democracia que no extremo permitem a aberração do saudosista presidente da edilidade de Santa Comba Dão.



Algo de horrível,

A deliberação da CM de Santa Comba Dão, em dar o nome de Oliveira Salazar a uma praça da vila, marcando a inauguração para o dia 25 de Abril.

As posições cada vez mais anti-democráticas tomadas por este governo que já só se sustenta na maioria absoluta (ou será ditadura absoluta?).

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A nossa vergonha

A verdadeira vergonha nacional não é o caso Freeport, não é o caso BPN, não é a pouca vergonha dos autarcas de Gondomar, Felgueiras, Oeiras, Marco e outros que tais.
A verdadeira vergonha é o número de pobres:

2.000.000
Quando seremos capazes de fazer do combate à pobreza o desígnio nacional.
Cumprir Abril é fazer este número tender para zero!

sábado, 18 de abril de 2009

Lá como cá

Decorre por estes tempos e até 31 de Dezembro de 2009, em Esmoriz, a recolha de assinaturas para uma petição que visa forçar o poder político à realização de um referendo sobre a manutenção desta cidade no concelho de Ovar ou a sua integração no concelho da Feira.

Esta ideia nasce no seio do “Fórum popular – Esmoriz livre”, (julgo que é assim que se chama), para combater o marasmo em que esta cidade, do concelho de Ovar, se encontra desde há muitos anos.

Em Esmoriz, como em Canas, a junta e assembleia de freguesia são governadas por um movimento independente, mas em Esmoriz tem obra para apresentar e faz-se sempre representar nos órgãos próprios da autarquia.

A petição prevê que o referendo tenha três hipóteses de resposta:

a) Manter Esmoriz no concelho de Ovar
b) Esmoriz passar a integrar o concelho da Feira
c) Nenhuma das anteriores

Sendo que a integração no concelho da Feira tem duas grandes justificações:

1) O concelho da Feira é um motor de desenvolvimento a nível regional e é culturalmente muito activo,

2) Uma futura reorganização administrativa, levará à fusão de vários concelhos actuais, e eles apostam da aglutinação, pela Feira, dos actuais municípios de Espinho e Ovar, tornando-se Esmoriz o centro geográfico do novo “grande concelho”.

Ora aí está a vertente da luta que Canas nunca levou a sério: apostar num grande concelho que aglutine os actuais concelhos de Carregal do Sal e Nelas, sendo Canas o seu centro geográfico.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mal me quer, bem me quer

Mal me quer

Cavaco acordou!
Parece que o economista, pois o “não-Presidente” continua a morar em Belém mas ninguém o ouve ou vê, mas como vivemos no paraíso e não existe a mais ténue possibilidade de crise, não é necessário que intervenha.
O homem de Boliqueime acordou e ficou surpreendido com a queda de 15% no investimento.
Por onde tem andado? Em visita aos “BRIC”? Ou ainda se encontra no “cavaquistão” da política do betão e das auto-estradas?
Seguramente que qualquer pessoa medianamente informada lhe poderia ter dito que o investimento está a cair a pique. Mas, não se esqueça distinto Senhor, que a sua oposição (cegamente seguida pela querida “Manela”) aos grandes projectos de investimento que o estado terá de fazer para reanimar a economia, muito contribui para essa queda.




Bem me quer

Ontem, tive oportunidade de ouvir parte da entrevista feita pela TSF ao bastonário da ordem dos advogados.
Cada vez gosto mais de o ouvir.
O seu conceito de democracia e de defesa do povo são uma raridade nos dias de hoje.
Aqui ficam algumas frases que deviam servir de exemplo a todos os que tratam da justiça:

- Os juízes não são donos da justiça nem dos tribunais, os tribunais são casas do povo.

- A grande reforma da justiça seria levar o tribunal às pessoas de modo a facilitar-lhes a vida, e não centrá-la nos tribunais para facilitar a vida aos que lá trabalham.

- Sou de esquerda e não o escondo, mas não admito que as minhas convicções condicionem os 26000 advogados que represento.


Estranhos conceitos

Finalmente o partido da “Manela” apresentou o seu cabeça de lista às europeias.
Pelo que se ouve, o Dr. Castro Rangel é mesmo o candidato da “Manela” e não o candidato do PSD.
Parece que este preferiria um outro candidato, mas por esses lados escasseiam os generais...
O inefável Castro Rangel tem-se revelado no PSD um verdadeiro todo-o-terreno, qual Jorge Coelho do PS de Gutrerres.
Tentam os do “centrão” apresentar estas eleições como se de uma luta PS/PSD se tratasse e se os outros não existissem mas, na realidade, os candidatos do PCP (CDU) e do BE são pessoas muito mais bem preparadas e apresentam trabalho feito, ao contrário destes e do candidato do CDS (ainda existe?).
Ontem, logo após a divulgação do nome de Castro Rangel, começaram as trocas de galhardetes.
Vital Moreira está a anos-luz de Castro Rangel e a sua preparação como político não é de há dois dias, pelo que não sei até onde aguentará o candidato da “Manela” que já nos brindou com algumas preciosidades, que demonstram a sua pequenez.
Gritou ele:
- Vital defende coisas diferentes de Sócrates, estranho conceito de pensar pela própria cabeça,
- Se o PS europeu ganhar as eleições, então o PS português deverá apoiar Durão (o fraco presidente da comissão) para presidir à comissão, estranho conceito de democracia,
- Na campanha devemos discutir a política do governo e não centrar a discussão nos temas europeus, estranha definição de eleições europeias,
- Devemos apoiar Barroso porque é português, estranha ideia de competência.
Sei que o povo português não é parvo e tenho para mim que os (poucos) que formos votar mostraremos que sabemos pensar pela nossa cabeça.
O candidato da “Manela” decerto não irá gostar, já o PSD irá esfregar as mãos...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

anf 2ª parte

Democracia 1 - anf 0,
Graças à firme posição da ministra da saúde a anf perdeu uma batalha (não a guerra) contra o SNS.
Ganham os utentes, que (estranhamente) pouco reagiram.
Obrigado Dra Ana Jorge

terça-feira, 7 de abril de 2009

Pecados do sistema educativo

“Por causa de professores mal pagos e mal escolhidos, agrupados em sindicatos vorazes que toleravam a mediocridade e alimentavam a preguiça intelectual devido à falta de apoio de um Estado que já não via na instrução pública a maior prioridade (pois as elites que governavam preferiam educar os filhos em colégios privados, e que o povo se amanhasse como pudesse), e também pela perda de prestígio e de estatuto da profissão docente, e da pauperização e crescimento desmedido da população mais pobre. Por todos estes motivos, e por muitos outros, a escola pública e laica entrou num processo de decadência do qual ainda não recuperou.”

Estas linhas foram retiradas do livro “somos o esquecimento que seremos” de Héctor Abad Faciolince e por estranho que pareça não se referem a Portugal, mas à Colômbia dos anos 60 / 70.
Quais as diferenças para o nosso sistema educativo?

ANF, o cartel

As organizações corporativas são sempre de interesse duvidoso, pois tendem a colocar os interesses de quem representam acima dos interesses da sociedade.

Vem isto a propósito da posição, profundamente antidemocrática e egoísta, da Associação Nacional de Farmácias (anf) que querer substituir os medicamentos prescritos pelo médico, por outros (genéricos) mesmo contra a opinião expressa do médico.
Parece que o Sr. João Cordeiro assinou um papel juntamente com o nosso primeiro nesse sentido.
Segundo o Sr. Cordeiro, o papel tem força de lei.

As Farmácias, lideradas há cerca de 30 anos (!) por João Cordeiro, pretendem que os utentes comprem “genéricos”, contra a vontade expressa do médico mas, não assumindo a responsabilidade pela troca, pois querem que seja o utente a declarar que autoriza (e se responsabiliza – digo eu) por ela.
Ou seja, se correr mal, e pode correr (segundo António Arnaut nem todos os genéricos são fiáveis), a responsabilidade é dos utentes.

Então o que move a anf e o seu quase vitalício presidente nesta guerra contra os médicos que é também contra todos nós?

Talvez a resposta esteja nestes parágrafos retirados do DN de 14-08-2006 e que transcrevo:

"A ANF representa a quase totalidade das farmácias existentes no nosso país, embora a sua inscrição seja facultativa." A frase, escrita no site da associação, é clara. Mas, para o presidente da Associação Portuguesa dos Farmacêuticos Hospitalares, Jorge Brochado, não é verdadeira. "Ninguém consegue desenvolver a actividade da farmácia contornando a ANF, eles dominam tudo", diz.

Mas o percurso da ANF "é de se lhe tirar o chapéu", admite. Na opinião de Jorge Brochado, "esta estratégia permitiu que a ANF construísse um império económico consolidado". E "fica tudo muito complicado quando não se faz parte da ANF". Cordeiro "domina o mercado de retalho e o grossista (ver página 4), que é controlado pelas cooperativas e pela Alliance Unichem, que é uma distribuidora". Quem ganha com isto? "Os cofres da ANF.

Portanto como se vê a questão é “pilim”.
Já agora uma pergunta, conhecem alguma farmácia que tenha ido à falência? E um proprietário de Farmácia que seja pobre ou remediado?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Anónimos e outros cobardes


Somos o país que queremos ser.
Somos o país, em que uma denúncia anónima e por isso cobarde coloca o estado a perseguir cidadãos e empresas.
As empresas e os cidadãos são respeitáveis?
Nunca tiveram qualquer deslize para com a sociedade?
Cumprem as suas obrigações?
Nada disto interessa, o que interessa e move o estado é a denúncia anónima.
Aí o estado, através dos seus agentes, todos Drs, todos Inspectores, todos acima de qualquer suspeita, tratam o cidadão/empresa que foi denunciado/a pelo cobarde como se de assassinos se tratasse.
A empresa de que faço parte foi vítima dos cobardes.
Resultado, passei quatro dias a compilar informação que o estado tem nos seus serviços, mas não usa, para me apresentar numa reunião convocada pela Sra Dra Inspectora para as 10 horas da manhã de determinado dia.
Como sempre, cheguei 15 minutos mais cedo, pois não se faz esperar o estado. Mas a Sra. Dra. Inspectora só apareceu às 10:30 sem qualquer justificação, pois eu era o criminoso e a um criminoso não se dão justificações.
Entreguei um dossier devidamente organizado, como me ensinaram a fazer, e...espantoso!
A Sra Dra Inspectora diz-me que não era preciso trazer os documentos organizados, que podia ter entregue folhas soltas!
Ao fim de uma hora de reunião(?) concluiu, a dita Sra, que não existem infracções!
Pedido de desculpas?
A Sra Dra Inspectora, não sabe o que isso é.
Quem perdeu foi a empresa que teve de gastar recursos para entregar ao estado o que o estado já tinha e não quis procurar.
Quem perdeu foi o estado que alimenta estas situações.
Mas ganharam os cobardes, que se riem e dizem (sem nunca mostrar a cara) que não havia problemas e nós sabíamos, mas eles tiveram que ir à inspecção do trabalho e mostrar os documentos!
Viva Portugal, país de anónimos cobardes.

Europeias ou anti-europeias

As europeias estão à porta!
Enquanto se preparam a campanha, que provavelmente será a tentativa de obter votos à custa do desempenho do governo, uns pelo (muito) que não fez e outros pelo (pouco) que fez, os principais partidos apresentam os seus cabeças de lista.
Faltam, apenas, o PSD e o CDS dizerem quem serão as suas apostas.
Constata-se que à esquerda os partidos apostaram em pessoas com a mesma formação política de base.
Miguel Portas, Vital Moreira e Ilda Figueiredo nasceram politicamente no PCP e em 1986, quando Portugal aderiu à então CEE, todos eram anti-CEE e contra a integração de Portugal.
Suponho que não direi nenhuma asneira se afirmar que todos eles eram contra a moeda única (em 2002, ou pelo menos, na altura da aprovação dos primeiros pactos conducentes à união monetária).
Para compor o ramalhete, falta apenas que o PSD indique Zita Seabra como cabeça de cartaz, para termos um conjunto de anti-europeísta (o CDS sempre o foi), ou de eurocépticos como agora se diz, a encabeçar as listas portuguesas ao parlamento europeu.
Fica-me uma dúvida:
Terão eles (todos) evoluído tanto na sua percepção política ou é apenas o peso dos euros?