O acto racista e xenófobo de expulsar do território francês comunidades ciganas atinge os valores humanistas pela base.
De pouco interessa o facto destes Seres Humanos serem naturais de um país europeu pertencente à União Europeia, aliás serve apenas para confirmar que a União é apenas económica (está na sua essência desde o tempo em que era apenas comunidade do carvão e do aço) e que de pouco importam os direitos do homem ou simples direitos de cidadania.
Pior que o gesto de Sarko, que faz parecer Le Pen e os seus seguidores ingénuos meninos de coro, é o silêncio ensurdecedor dos nossos políticos muito especialmente os titulares dos orgãos de soberania, os responsáveis dos partidos políticos e os candidatos a presidente da república.
Não posso compreender que os 5 cidadãos que se já se apresentaram (há um que por questões de timing ainda não se apresentou) não tenham uma única palavra sobre o assunto.
Se de Cavaco não se pode esperar outra coisa pois o seu calculismo diz-lhe que necessita dos votos dos nacionalistas para sonhar ser reeleito e sabe que não pode afrontar o PP do seu aliado Paulo Portas, que será determinante nas eleiçõers presidenciais. De Defensor de Moura nada se sabe, apenas que foi um presidente de câmara polémico mas sem nenhum pensamento público. De Domingos Lopes, esse candidato que é candidato de um partido(?) ainda nada lhe ouvimos e tenho dúvidas se ouviremos, mas pelos discuros e intervenções dos últimos dias do “tio” Jerónimo ficámos a saber que esse problema está muito longe das suas preocupações.
O que eu não consigo compreender é o silêncio de Manuel Alegre e de Fernando Nobre, dois Homens dos direitos humanos e da intervenção cívica, que nos habituaram a dar a cara por causas dificéis.
É este silêncio que dói.
Hoje são os ciganos, amanhã os mais escuros e depois aqueles de quem simplesmente não gostamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário