sábado, 16 de outubro de 2010

PME - O roubo continuado

Andam há um ror de tempo a convence-nos que as PME são a salvação do país, que são as verdadeiras criadoras de emprego e pagadoras de impostos.

Nos últimos 2 anos, este chegou mesmo a ser o principal tema político-económico que ocupou os líderes políticos, os media (apetece-me colocar um assento no e para vocês não lerem midia), os representantes empresariais e qualquer gato pingado que tivesse mais que duas pessoas a ouví-lo.

Lembrem por instantes as birras e amuos entre Portas/Louçã/Jerónimo/Ferreira Leite/Sócrates sobre quem era o principal defensor das pequenas (piquenas na versão Ferreira Leite), médias e micro empresas (sendo que estas são o único objecto micro visível a olho nú).

As PME são só virtudes e se fossem eles que mandassem só haveria em portugal PME e teríam todo o apoio do mundo.

O que eles não nos disseram na altura, nem dizem agora, é que as PME são as grandes responsáveis pelo maior buraco económico da nossa história.

As PME são responsáveis pela economia paralela, que antes desta crise representava cerca de 25% da economia portuguesa e que hoje deverá representar cerca 40%. Esta realidade, a das vendas não facturadas, rouba o estado, rouba indirectamente quem compra, faz concorrência desleal a quem cumpre (a generalidade das grandes empresas) e muito importante, faz concorrência desleal aos clientes sérios das PME. Mas esta realidade permite aos donos das PME, banquetearam-se anos a fio com subsídios a fundo perdido, com empréstimos bancários a juro bonificado e faz com que estes senhores se tornem cada dia mais ricos a meter ao bolso o valor das vendas que, em vez de entrar nas empresas entra directamente na conta pessoal.

As PME são as maiores responsaveis pelos abusos sobre os trabalhadores a quem são pedidas (exigidas) horas extra “pagas por fora”, sendo apresentadas como uma vantagem para o trabalhador, quando na realidade só ganha o famoso dono da PME.

As PME têm nos seus quadros, a empregada(s) da casa, o jardineiro, o sobrinho que não estudou e os outros a quem se gosta de dar uma mesada.

As PME consideram os gastos de supermercado e das férias da família um custo normal da empresa e que, portanto, é normalmente pago pela empresa.

Ao fim de todo este tempo fica-me uma dúvida: o que ganham os políticos (o país sei que só perde) com o seu apoio às PME?


PS – A sacrossanto Silva Lopes, o marreta nº2, que sabe sempre como resolver os problemas do país é hoje apresentado pelo “Expresso”, como o 1º ministro das finanças após Salazar, a apresentar um orçamento deficitário. Finalmente chamam os bois pelos nomes!

2 comentários:

  1. Então e as grandes empresas nunca foram pequenas e médias?
    Está visto que não concordo com esta generalização.
    Cumprimentos.

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  2. Pois é Daniel, muitas das grandes nunca foram pequenas nem médias. Por outro lado as grandes estão sujeitas a outro tipo de regras.
    Infelizmente sei do que falo e, felizmente também sei que há algumas que cumprem.

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