sexta-feira, 29 de outubro de 2010

OLIVA, fim!

Um dia depois de ter sido vendido o que resta do património da nossa Oliva (Foi vendido por € 1.450.000,00 a um empresário de Ovar), aqui fica um belo texto sobre o seu património arquitectónico:

"Constituída em 1925, a OLIVA dedicou-se inicialmente à indústria de fundição, serralharia, serração e carpintaria mecânica, mas foi como fabricante de máquinas de costura que se afirmou e expandiu nacionalmente. Inaugurado em 1948, o edifício das máquinas de costura irá encerrar uma produção que rivalizará no mercado nacional, durante cerca de três ou quatro décadas, com uma das principais marcas internacionais – SINGER. Aceite como um meio de produção fundamental das classes mais pobres, proporcionou e sedimentou um ideário profissional de massas – a costureira. A difusão da máquina de costura OLIVA assumiu, assim, uma importância social ímpar, tanto no continente como nas colónias portuguesas africanas, só possível através de uma sábia articulação entre o produto, a sua publicidade – destacando-se a organização dos concursos do vestido de chita e os múltiplos pontos de venda que na sua maioria tinham formadoras só para estas máquinas. A utilização destas diversas técnicas de publicidade e de venda, tão próprias da sociedade de consumo, foram com algum pioneirismo difundidas por Francisco de Almeida Grandella, em finais de Oitocentos.

A laboração contínua, durante cerca de oitenta anos, e a introdução de novas produções, como os tubos ou banheiras sedimentou um vasto recinto industrial que em 1987 ocupava uma área de 130.000 m2. É num articulado compósito de soluções variadas associadas a um evoluir de épocas culturais e tecnológicas, submetidas a uma lógica de crescimento orgânico, que se pontuam imperdíveis rasgos de modernidade arquitectónica.

Moldado a um gaveto adaptou-se, na sua volumetria arredondada, o edifício administrativo de grande qualidade formal (1950). De renovada imagem funcional o grande vão, imposto à via pública principal, acentua a sua contemporaneidade num diálogo entre um vertical reticulado em betão armado, preenchido por vidros, e marcado decisivamente pela emblemática torre paralelepipédica, encimada por um relógio, e a horizontalidade correspondente ao estruturalismo dos pavimentos ou da cobertura em terraço, indiciando uma acentuada luminosidade interior. Associado a este moderno léxico exterior desenvolvem-se no interior grandes espaços abertos, constantemente iluminados, onde a organização das secretárias não se confina às rígidas áreas compartimentadas, lembrando, de algum modo, os princípios funcionais que Frank Loyd Wright imprimiu ao edifício administrativo da firma S. C. JOHNSON & SON COMPANY (1936-1939).




De notável concepção plástica, o edifício de fabricos gerais (1960) rompe, decisivamente, com as soluções da edificação industrial. Apresentando um grande domínio dos novos materiais, os grandes vãos, em pilar e viga rematados por uma ondulante cobertura em fibrocimento, são apresentados à via pública através de um plano arredondado trabalhado na repetição quadriculada dos módulos das janelas em gracifer, formando uma superfície de um purismo estético irrepreensível.
O edifício dos escritórios (ARS Arquitectos) é uma peça arquitectónica que integra um conjunto arquitectónico mais vasto e diverso, mas devido à sua imposição à via pública; à sua adaptação à morfologia do terreno e à verticalidade da sua torre paralelepipédica que se impõe na paisagem urbana desempenhando uma nova função reguladora através da presença do relógio, assume uma dimensão e uma escala de propaganda e regulação do tecido urbano económico e social. Este edifício através da sua modernidade desempenha uma função de sedução e imposição desta indústria para com a cidade, revelando também a importância que tinha atingido a nível nacional a partir dos anos 40.

A fábrica Oliva foi uma das mais importantes de Portugal, a partir essencialmente da fundação da fábrica de costura em 1948. De facto, a numerosa produção de máquinas de costura vai moldar o carácter e o sonho de muitas gerações que viam nesse objecto um meio de promoção social, formando-se centenas e centenas de costureiras por todo o Portugal e colónias. A grande rede de agências de lojas de máquinas Oliva espalhada por todo o país promoveu de tal modo este produto que as máquinas de costura Oliva eram as principais concorrentes da Singer. Por outro lado, esta fábrica atingiu um nível de desenvolvimento económico muito importante, sendo durante algumas décadas (40-70) uma das maiores empregadoras desta área industrial, chegando a ter cerca de 2000 operários."

Deolinda Folgado/ Docomomo Ibérico
Maio 2002

Só resistirão 2 bancos


"Se a crise global continuar, para o fim do ano somente dois bancos
ficarão operacionais:

o Banco de Sangue e o Banco de Esperma!


Mais tarde estes 2 bancos serão fundidos, internacionalizados e
passará a ser chamado:

"The Bloody Fucking Bank""

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Acabado...mesmo

A acreditar no que disseram durante todo o dia de ontem os comentadores de serviço da nossa praça, a propósito da recandidatura de Cavaco Silva, Eduardo Catroga representava o próprio presidente nas negociações/conversações entre governo e psd, pelo que, essa presença era a forma de Cavaco dizer ao país que era ele o responsável pelo entendimento, ou seja, o salvador da pátria!

Acontece que (não acredito em bruxas mas que as há, há) as negociações / conversações viraram lavar de roupa suja e de acordo nada. Pelo que, somos levados a concluir que Cavaco é o culpado de não haver acordo / orçamento.

Dizia o meu amigo Manuel Henriques: já que foi parte do problema que seja parte da solução, digo eu: ponha-se a milhas que queremos quem nos traga soluções.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Acabado Silva e os outros

O Sr. responsável pela falência da segurança social e pela distorção do estado social, apresentou-se como novel candidato à presidência da República.

Neste momento já temos 5 candidatos, aos quais deixo um desafio:

Poupem-nos e prescindam da subvenção estatal para a campanha eleitoral, ou melhor, nos tempos que vivemos deveria ser proibida qualquer subvenção do estado para campanhas eleitorais.

Qualquer euro gasto no processo eleitoral é um insulto aos portugueses a quem estão ser retirados apoios sociais e roubadas centenas e centenas de euros através dos impostos e eliminação de apoios sociais.


sábado, 16 de outubro de 2010

Totilas é de novo notícia

Moorlands Totilas volta a ser notícia não por mais uma prova espectacular mas por um novo recorde.
Totilas foi vendido por € 15.000.000,00.
Já na semana passada um seu embrião tinha sido vendido por € 32.000,00.
Lamento por Edward Gal que deixa de contar com um cavalo fantástico mas compreendo que os seus donos se rendam aos milhões.
Espero que Paul Schockemohle, o seu novo dono e antigo (tetra) campeão europeu de obstáculos, permita que Totilas continue a brilhar.

PME - O roubo continuado

Andam há um ror de tempo a convence-nos que as PME são a salvação do país, que são as verdadeiras criadoras de emprego e pagadoras de impostos.

Nos últimos 2 anos, este chegou mesmo a ser o principal tema político-económico que ocupou os líderes políticos, os media (apetece-me colocar um assento no e para vocês não lerem midia), os representantes empresariais e qualquer gato pingado que tivesse mais que duas pessoas a ouví-lo.

Lembrem por instantes as birras e amuos entre Portas/Louçã/Jerónimo/Ferreira Leite/Sócrates sobre quem era o principal defensor das pequenas (piquenas na versão Ferreira Leite), médias e micro empresas (sendo que estas são o único objecto micro visível a olho nú).

As PME são só virtudes e se fossem eles que mandassem só haveria em portugal PME e teríam todo o apoio do mundo.

O que eles não nos disseram na altura, nem dizem agora, é que as PME são as grandes responsáveis pelo maior buraco económico da nossa história.

As PME são responsáveis pela economia paralela, que antes desta crise representava cerca de 25% da economia portuguesa e que hoje deverá representar cerca 40%. Esta realidade, a das vendas não facturadas, rouba o estado, rouba indirectamente quem compra, faz concorrência desleal a quem cumpre (a generalidade das grandes empresas) e muito importante, faz concorrência desleal aos clientes sérios das PME. Mas esta realidade permite aos donos das PME, banquetearam-se anos a fio com subsídios a fundo perdido, com empréstimos bancários a juro bonificado e faz com que estes senhores se tornem cada dia mais ricos a meter ao bolso o valor das vendas que, em vez de entrar nas empresas entra directamente na conta pessoal.

As PME são as maiores responsaveis pelos abusos sobre os trabalhadores a quem são pedidas (exigidas) horas extra “pagas por fora”, sendo apresentadas como uma vantagem para o trabalhador, quando na realidade só ganha o famoso dono da PME.

As PME têm nos seus quadros, a empregada(s) da casa, o jardineiro, o sobrinho que não estudou e os outros a quem se gosta de dar uma mesada.

As PME consideram os gastos de supermercado e das férias da família um custo normal da empresa e que, portanto, é normalmente pago pela empresa.

Ao fim de todo este tempo fica-me uma dúvida: o que ganham os políticos (o país sei que só perde) com o seu apoio às PME?


PS – A sacrossanto Silva Lopes, o marreta nº2, que sabe sempre como resolver os problemas do país é hoje apresentado pelo “Expresso”, como o 1º ministro das finanças após Salazar, a apresentar um orçamento deficitário. Finalmente chamam os bois pelos nomes!

domingo, 10 de outubro de 2010

O reconhecimento no final da época

É o reconhecimento da equipa técnica do Clube de Ténis de Ovar, a mim como pai enche-me de orgulho.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Quando o populismo arruína o país

Muita coisa se tem dito e escrito a propósito da AdP - Águas de Portugal e da pretensão da empresa em substituir parte da sua frota automóvel, tendo para isso inscrito no seu orçamento uma verba de € 5.000.000,00.
Claro que mal um jornalista teve acesso a esta informação começou o bota-abaixo, tão característico do nosso mal formado povo.
A coisa foi de tal ordem que até no parlamento se insinuaram as piores coisas sobre a administração da dita empresa e, o Sr. Ministro que deveria defender a melhor equipa de gestores públicos que Portugal tem, não se limita a inibir a substituição da dita frota como, pasme-se, informa que a administração não será reconduzida.
De pessoas responsáveis eu esperava que analisassem o trabalho desenvolvido e os resultados alcançados e, depois, agissem.
Se esse fosse o caso a AdP teria uma frota condigna e um Conselho de Administração para muitos anos.

Vamos a factos:

O grupo AdP tem cerca de 5500 funcionários e uma actividade que se estende por todo o país com estruturas que necessitam de ser vigiadas e mantidas;
A AdP apresentou um resultado líquido de € 46.000.000,00 em 2009, o que representa uma melhoria de 50% relativamente a 2008;
A AdP apresentou resultados operacionais (cash flow) de € 142.000.000,00, no mesmo período;
Os FSE fornecimentos e serviços externos) reduziram-se em 2009 de € 13.900.000,00 para € 7.600,00, o que representa um decréscimo de 50%.
As vendas do grupo são superiores a € 600.000.000,00 e o investimento anual tem sido da ordem dos € 500.000.000,00.

Perante estes factos o País deve um pedido de desculpas à empresa e ao seu conselho de administração e, já agora deixem-nos lá renovar a frota que eles não precisam de ir buscar dinheiro ao orçamento de estado, na realidade eles dão para o orçamento.

sábado, 2 de outubro de 2010

Equívocos da edução

O presidente da CONFAP, a propósito da aprovação do programa de empréstimo de manuais escolares produziu as seguintes declarações, segundo a agência lusa:

"Em comunicado hoje emitido, a Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap) considera que a medida vai gerar «consequências muito negativas para milhares de profissionais qualificados» e «poderá provocar desemprego em áreas estratégicas como a educação e a cultura»."

É admirável que o pretenso responsável pelas associações de pais, sobre uma medida de apoio aos alunos (e seus agregados familiares), com provas dadas noutros países se ponha na pele de fabricante de livros em vez de representar a confederação da qual é presidente.

Da CONFAP, em consonância com o resto do País (FENPROF, Partidos políticos, comunicação social...) ainda não se ouviu uma palavra para o número de professores em falta.
Sim, faltam dezenas de professores nas grandes escolas, faltaram menos nas pequenas mas este é sem dúvida um arranque de ano "tipo década de 70".
Já passou praticamente um mês desde o início do ano lectivo e há inúmeras turmas sem aulas a diversas disciplinas.
Mesmo nas disciplinas fulcrais, como Matemática e Físico-química não há professores colocados. Mas ninguém fala nisso.
Obviamente que não estamos a falar em aumentos salariais ou avaliação de professores.Porque se assim fosse havia berros, greves, ameaças, pedidos de demissão de ministros mas como estamos a falar de não colocação de professores e como os atingidos são os alunos e os professores sem vínculo, "no pasa nada".

Cabe aqui um voto de louvor aos muitos professores que estão a colmatar esta lacuna sem qualquer remuneração suplementar por parte do estado.

Continua a saga "uma aventura no ministério da educação" por Isabel Alçada e aplaudida por todo o País.