segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ainda a Oliva

Tal como eu previa aí está o 3º processo de insolvência em 14 anos.
É obra!
Ainda não conheço muitos pormenores, pois o processo ainda não foi publicado na internet, mas é de prever que mais uma vez apresentem um projecto de recuperação sem pagamentos a fornecedores.
Espero, sinceramente, que os lesados tenham a coragem necessária para dizerem basta e que o juíz nomeado para o processo não se atemorize com a grandeza(?) da empresa.
O que é significativo é que apresentem como justificação, para os maus resultados, o lay out da empresa, que é o mesmo de há muito e só terá sido prejudicado por localizações absurdas de novos equipamentos adquiridos nos últimos anos.
Significativo também é não considerarem desajustado o nível de pessoal administrativo, esse sim, um problema real e recorrente da empresa.
Infelizmente quem menos culpa tem será quem mais irá perder - os trabalhadores e os fornecedores.

domingo, 30 de agosto de 2009

Oliva

A mim faz-me doer o coração.
E a vocês?
http://static.publico.clix.pt/docs/local/oliva/

Para o melhor do mundo, uma foto fantástica!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Onde é que eles estão?

Ao dar uma olhadela às listas de candidatos à Junta de Canas, Câmara e Assembleia Municipal de Nelas, sinto uma estranha sensação pois, nelas (as listas) não encontro a grande maioria dos nomes que tão acerrimamente defendem as suas posições no “canasempeso” e noutro espaços de livre opinião.
Que se passa?
É realmente mais fácil defender ideias do que as levar à prática, até porque elas se podem mostrar erradas e isso só é visível (normalmente) na implementação ou há mesmo medo de tomar posição, especialmente quando é preciso dar a cara?
Se, por mera hipótese, não fosse preciso dar a cara, estou convencido que apareceria uma lista que apresentaria o Anónimo das 23:15, o Anónimo das 12:34, o Anónimo das 17:45, o Anónimo das 13:01, o Anónimo da 23:05, o Anónimo das 10:43, o Anónimo da 22:18, e o Anónimo 10:09.
Ou será que estes são os que aparecem nas listas?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Quo vadis Oliva?

O que a seguir escrevo resulta do conhecimento que tenho da empresa onde trabalhei 11 anos (de 1990 a 1994 e de 1996 a 2003) e das contas apresentadas até ao exercício de 2007, uma vez que não tive acesso aos resultados de 2008.

A Oliva, que chegou a ser um dos monstros industriais portugueses sofreu diversas crises, umas determinadas pela falta de sucessão, outras por razões políticas e outras por algumas razões, que prefiro apelidar de menos conhecidas.

Com o fundador e com a ITT, a Oliva, enquanto mostrou-se um líder e uma escola, inicialmente com o fabrico das famosas máquinas de costura, dos motores de explosão, dos tubos, das banheiras e mais tarde com as torneiras.

Na realidade o definhamento da Oliva começa ainda com a ITT, pois na década de 80 não consegue fixar quadros de grande valia técnica e é dominada por tiranetes que tendo parcos estudos (conhecimentos) atingem uma posição de poder que irá minar a rede de conhecimento e de capacidade técnica da empresa e que se perpetuarão na Oliva até ao início do novo milénio .

Com a tomada da empresa por João Cebola e amigos, começam os devaneios e chega aos lugares de topo uma pessoa que será um dos grandes responsáveis pelo não desenvolvimento da empresa – Ernesto Mota.

Com o fim da cebolada, e com a empresa completamente descapitalizada um grupo de ex-quadros e de novos quadros dá o seu melhor para levar a empresa por diante, mas os entraves são muitos e a reorganização que é urgente levar a cabo fica a meio comprometendo o futuro. Na realidade, depois de um período francamente bom, de 1997 a 2001, em que a produção se desenvolve e em que sangue novo é injectado, a falta de um accionista e a falta de capital levam ao esmorecimento do principal responsável da empresa, que acaba por renunciar em Abril de 2003.

Com a saída do administrador a empresa avança para a insolvência, a 2ª em 8 anos.

Em Setembro de 2004, o grupo Suberus, compra o estabelecimento industrial e novo descalabro começa.

Nas contas de 2007, apresentam-se resultados operacionais negativos de aproximadamente € 1.000.000,00 e resultados negativos, transitados de exercícios anteriores de € 3.400.000,00.

Ou seja, em três exercícios a Oliva, agora chamada 1925, perde qualquer coisa como € 4.400.000,00, ou seja, por cada dia trabalhado a Oliva perdeu € 6.500,00 nada mau para quem se arroga um expert na área financeira.

Podem dizer que não tenho nada com isso, que o dinheiro é do accionista, mas tenho e muito.

Em 2003 a Oliva ficou a dever-nos € 65.000,00 e neste momento tem responsabilidades connosco de € 47.000,00 que duvido que as vá honrar.

A minha pergunta é: Ninguém responsabiliza esta gente?

Ninguém acha estranho que o todo poderoso director financeiro (que não assina cheques) seja o mesmo desde o tempo do Cebola?

Espero que, no mais que provável processo de insolvência a que a empresa vai recorrer em Setembro, haja um juiz com tomates que os ponha na ordem e que não tenha medo de decretar a falência desde moribundo.

Para terminar quero dizer-vos que vivi na Oliva os melhores tempo da minha vida profissional e aí conheci grandes técnicos e grandes amigos, mas é também por isso que a morte da empresa é preferível à sua agonia.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Porque está Sócrates de parabéns

Fui, durante toda a legislatura, um acérrimo crítico deste governo, mas é chegada a hora de fazer uns quantos elogios deixando, mais uma vez, bem claro que nunca votei PS nem tenho intenção de algum dia votar.

Os indicadores económicos hoje divulgados, não sendo brilhantes, estão a par das mais fortes economias da “zona euro”. Na realidade o crescimento de 0,3% é a melhor notícia que poderíamos receber. Sei, porque dependo directamente da economia alemã, que o crescimento alemão é real e sustentado pelo que depreendo que o de Portugal lhe esteja indexado e assim seja também seguro e sustentável.

Esta vitória do fazer bem de Sócrates, Pinho e Teixeira dos Santos é-o, não pelo acerto das chamadas medidas de apoio ao tecido empresarial (muitas delas completamente erradas ou inócuas) mas sim pelo discurso optimista destes três senhores. Na realidade o que mais ajuda uma economia em depressão é o apelo ao consumo e o dar confiança aos cidadãos.

Foi esta a postura do governo. É tempo também de fazer uma crítica feroz àqueles que durante todo este tempo, e mesmo agora, só falam da desgraça (CDS, PPD/PSD, BE, CDU).

São, de todo, lamentáveis as análises do Bloco e do PC. Mas as análises de PPD/PSD e CDS, partidos sempre alinhados com o facilitismo e com a venda de ilusões são completamente estúpidas

Compreende-se. Apostavam tudo na calamidade económica e a economia deu-lhes a volta. Sabem que com o país em recuperação será muitíssimo mais difícil vencer Sócrates.

Estes resultados premeiam o ministro “corneador”, que foi despedido por um “fait diver” mas que teve, enquanto governante, uma actuação muito positiva, com excepção do folhetim Qimonda. Esta devia ter caído com a falência da casa mãe, porque para a economia portuguesa representa apenas os postos de trabalhos. O valor acrescentado é zero. Para um milhão que importa, exporta um milhão mais a mão-de-obra portuguesa.

A boa prestação do governo aconteceu em muitas áreas, e não só na económica. Destaco a educação, a administração interna, a segurança social e a saúde.

Maria de Lurdes Rodrigues fez, paulatinamente, o que muitos queriam e nunca tiveram coragem por terem medo dos professores e dos seus fortíssimos sindicatos. A senhora mostrou como se faz, mostrou que muitos professores estão com ela e acima de tudo, mostrou que não há classes intocáveis.

Correia de Campos e Ana Jorge, fizeram uma pequena revolução, aproximaram a medicina dos cidadãos mas não conseguiram acabar com o feudo das faculdades de medicina que não permitem que se formem mais médicos.

Na solidariedade social, este governo a par dos de Guterres, fizeram corar toda a esquerda com as medidas acertadas de apoio aos mais desfavorecidos. Pensões mínimas, RSI, genéricos gratuitos para a população idosa e carenciada.

Claro que muita coisa ficou por fazer e para outras é preciso muita coragem para avançar. Deixo aqui algumas ideias:

Criação de um corpo nacional de bombeiros profissionais para coordenar e debelar o flagelo dos incêndios e incorporar o 112 evitando os equívocos vividos nos últimos anos (o exemplo da Extremadura Espanhola, pode ser um bom exemplo).

Reduzir as forças militares (exército, marinha e força aérea) ao quadro exigido pela NATO, parte dos excedentes seria absorvidos pelos bombeiros.

A política agrícola é uma anedota, ou melhor nem isso chega a ser porque não existe. Nas pescas (num país com tanto mar, é uma vergonha que se tenha acabado com a nossa frota) nada foi feito, com excepção do investimento da “Pescanova”, mais um bom trabalho de Pinho.

Esperemos que o próximo governo (que acredito que seja liderado por Sócrates) faça um trabalho tão bom como este.

Até às legislativas toda a oposição vai atacar e propor medidas completamente absurdas (veja-se o discurso do Jerónimo há poucos dias) e inconsequentes.

Expliquem-nos porque não se tributam os grandes lucros do capital do mesmo modo que se tributam os rendimentos do trabalho.

Criem-se taxas de IRC de 50% sobre lucros do (grande) capital, e façam-se contas ao que a economia podia crescer com os impostos que se cobrariam aos bancos, EDP, GALP, TMN, PT, Vodafone...

Como vos disse, eu não voto PS, mas vocês até deviam votar.

sábado, 8 de agosto de 2009

E não se cala!

Parece que Cavaco está estupefacto por o governo, no estrito exercício das suas competências, não ter reconduzido Lobo Antunes.

Fico baralhado.

O governo é obrigado a reconduzir os amigos do presidente? Quando uma pessoa é escolhida pelo governo para um qualquer cargo, essa escolha tem que durar enquanto o governo estiver em funções?

Mas, Cavaco não fica estupefacto com os conselheiros de estado Dias Loureiro, este um ex que para passar a ex foi preciso provar-se que estava entalado até aos ossos na negociata do BPN (controlado pela SLN onde Cavaco e a filha ganharam muitas centenas de milhares de euros no jogo das acções) e João Jardim, o troglodita da ilha que expropria para benefício pessoal, que proíbe jornais, que controla toda a economia da ilha, que proíbe deputados de entrarem na assembleia regional, que quer proibir o PCP, a quem Cavaco não dirige a mais pequena crítica.

Cavaco, há 2 meses também estava indignado coma saída do Director Geral da TVI porque era um golpe do governo, agora o tal Sr. Director sai, Cavaco fica mudo. Parece que o Sr. irá para a Impresa do amigo Balsemão. Será coincidência?

Este é o presidente que temos. Sem rasgo, sem vergonha, sem obra, sem princípios e que partirá sem deixar marca, registo ou saudade, apenas ficará a sensação de um vazio, grande de 5 anos.

Já só falta um.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

PS é fixe, o ambiente que se lixe!

Considero-me uma pessoa de sorte por viver nesta terra. O mar, a praia, a ria, os pinhais a perder de vista, a planície e a temperatura amena todo o ano fazem deste sítio o local ideal para quem gosta do ar livre e de fazer desporto, muito especialmente de correr.

Nestes dias grandes e quentes é normal correr quilómetros, no interior das matas, como de resto dezenas de outras pessoas, e encontrar bandos de aves que levantam em revoada quando nos aproximamos, cruzarmo-nos com coelhos bravos, esquilos, ouriços e mesmo raposas.

Lamentavelmente estas experiências vão-se tornando cada vez mais raras.

No ano passado a população de esquilos foi fortemente dizimada por pessoas menos respeitadoras de tal modo que hoje já é raro virem-nos espreitar.

Este ano, mais precisamente nos últimos três meses, 2 juvenis de raposa foram mortos e abandonados, um na berma da estrada e outro numa ciclovia, por pessoas sem escrúpulos ou que acham piada a matar estes belos e inofensivos animais.

Tudo isto se passa sem qualquer acção por parte da câmara que tem como obrigação zelar pelo equilíbrio ambiental, promover a alimentação e o bem estar da fauna para evitar que perturbem a população e criar condições para que não se extingam ou migrem para outras paragens.

Chego a pensar que estes atentados fazem parte da estratégia (da câmara municipal) para dizimar a floresta, substituindo-a por urbanizações desde a cova do frade até à praia, pois sabe-se que a câmara vive para pagar as despesas do capital (representam 52% do orçamento) e se exterminar a fauna, haverá menos uma razão para manter a floresta e então a negociata do imobiliário pode avançar.

O que ainda nos vai valendo é a existência da base aérea de Maceda que obriga a um grande espaço de floresta que funcione como sua protecção.

Também para lutar contra este modo de actuar defendo a construção do novo aeroporto em Alcochete, porque com ele a base aérea de ganhará maior importância e a nossa floresta será mais protegida.

Apetece-me dizer:

Vota PS que a malta (do tacho) agradece.

ou

PS é fixe, o ambiente que se lixe!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Notas soltas

Com tantos (e difíceis) problemas que se têm atravessado na minha vida, não tenho dedicado o tempo que gosto a escrever e a “bloggar”, mas há coisas que não podem passar sem referência.

A 1 de Agosto, parece que de madrugada apareceu aqui pelos lados de Aveiro, a mais nova Canense, a Marta Dias filha da Mafalda e do Paulo.

Claro que se fosse da situação teria nascido a 2 de Agosto!

Parabéns à Mafalda, ao Paulo, ao Vasco, à Magda, à D. Rosa, ao Sr. Lopes, e também ao Rui, à Cristina e à Maria.

Na semana passada e no fim-de-semana, o “presidente” achou que devia falar e dizer que só ele tem razão (estatuto dos Açores). Esqueceu-se de dizer que o estatuto vai entrar em vigor e que os outros até fizeram um bom trabalho.

Gostava de o ter ouvido sobre as aberrações do seu amigo da outra ilha que quer proibir o PCP, o BE e tudo o que o incomode.

Gostava de o ter ouvido quando o seu amigo da outra ilha proibiu a entrada de um deputado na assembleia regional.

Gostava de o ouvir quando os ministros dos seus governos vão sendo acusados (e condenados).

Mas este é o presidente que temos...

A SOÍMA, colosso nacional das gruas entrou em insolvência.

É mais uma a pôr a nu o fracasso da política económica dos últimos anos, tão a gosto do centrão.

Infelizmente é mais uma em Canas, terra já de si com um tecido industrial muito fraco.

Talvez as pessoas da terra começam a olhar com outros olhos para a política local e deixem de apoiar um movimento que em nada promoveu a terra, e apostem no desenvolvimento como meio para atingir o bem-estar da população.